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Crítica/"Um Lobisomem na Amazônia"
Cardoso derrapa em clichês em filme de lobisomem
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Para um filme de lobisomem, a ficha técnica é
animadora. Há Rubens
Francisco Luchetti, o velho
mentor de Zé do Caixão, no roteiro. Há Paul Naschy, antiga
tradição do terror mexicano,
puxando o elenco, como um
magnífico gênio do mal.
Em "Um Lobisomem na
Amazônia", há uma mistura
saudável de brasileiros tão diversos quanto Guará Rodrigues
(seu penúltimo trabalho), como "o monstro", e Evandro
Mesquita, o guia de caravana.
Existem ainda algumas jovens e belas atrizes para obedecer às leis do gênero. E há, claro,
Ivan Cardoso, na direção.
Ao mesmo tempo, essa mesma ficha técnica já supõe uma
profusão de clichês que, se em
outras ocasiões Cardoso driblou com classe, parecem estar
sempre à espreita.
Sim, claro, existe a Amazônia, que introduz um elemento
bem novo na história. Pois é lá
que o dr. Moreau instala seu laboratório digno dos anos 1930
para fazer pesquisas genéticas
revolucionárias.
O filme foi rodado em 2005 e
só agora exibido. Talvez isso se
deva à mudança de público.
Quando Cardoso fazia "O Segredo da Múmia", por exemplo,
era seguido por um público popular que o garantia. E hoje?
Não há segurança alguma, e
essa insegurança transparece
no filme em vários momentos.
A excessiva proximidade e a
abusiva quantidade de clichês,
por exemplo, parecem um sintoma. E o dr. Moreau, apesar do
notável séquito, tem um quê
excessivamente convencional.
UM LOBISOMEM NA
AMAZÔNIA
Direção: Ivan Cardoso
Com: Evandro Mesquita
Produção: Brasil, 2005
Onde: a partir de hoje no Frei Caneca
Unibanco Arteplex
Classificação: 14 anos
Avaliação: regular
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