São Paulo, quarta-feira, 06 de dezembro de 2000 |
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NET CETERA Tão gay quanto o gay pode ser SÉRGIO DÁVILA DE NOVA YORK Estreou no último domingo nos EUA um programa-marco na TV norte-americana. É a série gay "Queer as Folk", que o canal pago Showtime exibirá semanalmente, às 22h. Gay é pouco. "Queer as Folk" faz seriados como "Will & Grace" e "Ellen" parecerem "O Sítio do Pica-Pau Amarelo". Perto dele, os mais apimentados episódios de "Sex and the City" viram a novela das seis da Globo. Na primeira cena, um dos personagens principais, Michael Novotny (Hal Sparks), adverte: "Uma coisa você deve aprender. Na vida, tudo gira em torno de sexo". Não é figura de retórica. Tudo gira em torno de sexo -não sei se na vida, mas pelo menos nos 60 minutos do programa. Em alguns momentos, beira o explícito. Por exemplo, na hora em que um personagem de 29 anos ensina a um rapaz de 17 anos (Justin, o ator Randy Harrilson), que era virgem até aquela noite, um uso mais inusitado da língua. Ou quando um outro casal mostra as vantagens de colocar a camisinha no parceiro sem usar as mãos. Pegou o clima? "Queer as Folk" é batizado a partir de uma velha expressão britânica que diz que não há nada "tão estranho quanto as pessoas". O duplo sentido vem da gíria: "queer" também quer dizer homossexual. A série original estreou na Inglaterra em 99 e é exibida no Brasil pelo canal pago Eurochannel. Narrada por Michael, conta sua história e de seus amigos, todos gays entre os 20 e 30, que passam as noites no clube Babylon atrás de sexo, do príncipe encantado e de mais sexo. Ele é apaixonado pelo melhor amigo, Brian (Gale Harold), o galã da bala Chita, que é o tal que transa com Justin. No meio da madrugada, toca o telefone: Lindsay (Thea Gill), a amiga lésbica, acaba de parir. O sêmen foi doado por Brian para que ela e a namorada, Melanie (Michelle Clunnie), pudessem realizar o sonho de ser mães. Estamos ainda na metade do primeiro capítulo. O resultado? Choca, principalmente se você é heterossexual. Parte da comunidade gay já reclama que o seriado retrata todos os homossexuais como promíscuos. E parte da comunidade não-gay simplesmente reclama. Os autores se defendem dizendo que é o primeiro programa da TV que não retrata os gays de maneira caricata nem cômica... Enquanto o programa americano não é exibido por aí, você pode conhecer a origem da série, visite o site britânico, www.queerasfolk.uk.com, que já está na segunda temporada, com o slogan: "Os mesmos homens, mas com novos truques". E-mail: sergiodavila@uol.com.br MAIS TRÊS COISAS 1. Caiu na rede é filme Com medo do "efeito Napster", a indústria do cinema está correndo para lançar seus filmes na rede o quanto antes, começando pelos gigantes Sony e Disney. A idéia é fazer como acontece hoje com a música via MP3: você baixa o título que escolher em seu computador, rapidamente, e pode reproduzir quantas vezes quiser. Detalhe crucial: o estúdio cobra uma taxa a cada download. A estréia deve ser no meio de 2001. Isso se algum adolescente com muito tempo livre e pouco dinheiro não inventar antes um mecanismo melhor e gratuito. 2. Na hora H, deu branco Michael Jackson, a criança-esperança do pop mundial, ficou chateado pela divulgação que teve a sua entrevista ao site www.beliefnet.com e, no dia marcado, pediu para que o texto fosse retirado da rede. Se você foi um dos milhares que procuraram o endereço e deram com a cara na porta, não estranhe. 3. O site da semana www.ikissyou.com Mahir, o turco mais famoso do universo, lança um disco no próximo dia 18 pela EMI. Entre as músicas, "I Kiss You" e "My Name Is Mahir". Você ainda não conhece o personagem? Está perdendo... Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Marcelo Coelho: Sobre conversas inúteis e a amizade em tempos objetivos Índice |
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