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CÁSSIA ELLER
Médicos que estavam na clínica depõem hoje
Exame indica que cantora não tinha doença ou lesão aparente
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
A necropsia realizada no corpo
da cantora Cássia Eller, morta no
último dia 29, indicou que ela não
tinha doença aparente nem lesão
externa que pudessem ter causado sua morte.
Doença aparente é tudo que o
legista identifica visualmente, como, por exemplo, a ruptura de
uma artéria durante um aneurisma ou um câncer (identificável
por alterações nos tecidos).
Um profissional que acompanhou a necropsia contou à Folha
que havia líquido nos pulmões da
cantora -algo que pode resultar
das três paradas cardíacas que ela
sofreu. A presença de líquido nos
pulmões provoca insuficiência
respiratória e pode levar à morte.
A causa da morte só será esclarecida com os exames toxicológicos e histopatológicos que estão
sendo feitos no IML (Instituto
Médico Legal). Os toxicológicos
são feitos nas vísceras, no sangue
e na urina para detectar a presença de substâncias estranhas ao organismo, como drogas ou álcool.
Esses exames podem ter o resultado influenciado pelos medicamentos que a cantora tomou enquanto recebia tratamento na clínica Santa Maria.
Os exames histopatológicos são
feitos em tecidos de vários órgãos,
como cérebro, estômago, coração, fígado, rins, baço e pâncreas.
Eles indicarão se havia uma doença que não tenha sido percebida
na necropsia. Podem identificar,
por exemplo, um infarto.
Não havia lesões externas que
pudessem causar a morte, como
traumatismo craniano. O corpo
tinha arranhões nas coxas e uma
equimose na cabeça (possivelmente de quando Eller quebrou o
vidro de uma janela em Brasília).
Havia uma perfuração punctória (em forma de ponto) no braço
esquerdo -o que poderia resultar de uma injeção tomada na clínica ou do uso de drogas. Na clínica, Eller sofreu obstrução nos
vasos sanguíneos do braço esquerdo. Como essa informação
não foi dada ao IML, os vasos não
foram examinados na necropsia.
Depoimentos
Hoje depõem na 10ª Delegacia
de Polícia (Botafogo, zona sul) os
médicos que atenderam Eller na
clínica. A polícia quer saber se algum deles ouviu da cantora ou
das pessoas que a acompanhavam informações sobre o que ela
poderia ter consumido.
Outro ponto a ser esclarecido
pela polícia é se havia relação
amorosa entre Eller e a percussionista Lan Lan (Elaine Moreira),
que a levou ao hospital.
O pai da cantora, o sargento reformado Altair Eller, e a companheira dela, Maria Eugênia Vieira
Martins, serão chamados a depor.
Altair será ouvido por carta precatória em Fortaleza, onde mora.
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