JANAINA FIDALGO
DA REDAÇÃO

A semi-esfera modernista de 9.000 m2 desenhada por Oscar Niemeyer e instalada no parque Ibirapuera foi morada de grandes exposições nos últimos anos, mas a partir da próxima segunda-feira seu futuro é incerto.
Com o término da mostra "Fashion Passion" neste domingo, a Oca será devolvida à Prefeitura de São Paulo -a BrasilConnects, organizadora de exposições como "Guerreiros de Xi'an e os Tesouros da Cidade Proibida" e "Picasso na Oca", tinha a concessão do espaço desde 1999.
Questionado sobre o destino da Oca, o secretário municipal de Cultura, Emanoel Araujo, disse que essa é "uma questão política", a ser tomada pelo prefeito José Serra. "A decisão será dele. Ele conhece as reivindicações das instituições", disse à Folha. "A Oca não foi entregue ainda. Quando for devolvida, vamos decidir. Por enquanto ainda é cedo."
Segundo Araujo, há várias instituições candidatas a ocupar o espaço, entre elas o MAM (Museu de Arte Moderna), o MAC (Museu de Arte Contemporânea) e a Pinacoteca Municipal, cujo acervo está no Centro Cultural São Paulo. O secretário mencionou ainda a existência de outros prédios com capacidade para receber os não-contemplados com a Oca, entre eles o da Prodam e a galeria Prestes Maia. Outra especulação, de acordo com Araujo, é o aproveitamento da Casa das Retortas, hoje usada pela Anhembi Turismo e Eventos, pelo Museu do Folclore ou pela Pinacoteca do Município. "Ainda não é certo. É uma probabilidade. Preciso conversar com o Caio [Luiz de Carvalho, presidente da Anhembi]", disse.
Enquanto o novo "concessionário" da obra de Niemeyer não é definido, o que deve manter o local fechado por algum tempo, há que se aproveitar os últimos dias da mostra sobre moda para ver ou rever a bela arquitetura da Oca, além das 150 criações de 26 estilistas desde o início do século 20.
Em cartaz desde o dia 15 de setembro do ano passado, "Fashion Passion - 100 Anos de Moda na Oca" já recebeu 250 mil visitantes. O melhor horário para conferir os exemplares da alta-costura é no período da manhã, até as 12h.
Orçada em cerca de R$ 6 milhões, a mostra tem projeto cenográfico de Daniela Thomas e Felipe Tassara. Traz desde criações de Coco Chanel e Yves Saint Laurent até trabalhos de brasileiros como Alexandre Herchcovith.