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Pelas beiradas
Shows de Amy Winehouse no Brasil são parte de tour na periferia do mundo pop em busca da redenção
THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO
Amy Winehouse está recomeçando do zero. Imagem
associada a ex-viciados em
reabilitação, esse renascimento é para ela o caminho
de volta a seu lugar no pop.
Processos judiciais, consumo desenfreado de álcool
e todas as drogas recreativas
disponíveis no mercado e
temporadas em hotel de luxo
no Caribe praticamente zeraram sua conta bancária (cerca de R$ 29 milhões).
Ela passou mais de dois
anos sem se apresentar em
um show individual na Europa ou nos Estados Unidos,
período em que foi notícia
apenas por escândalos e internações (leia ao lado).
Amy retomou a agenda de
shows em cenários periféricos do mundo pop. Cantou
em uma festa particular na
Rússia na semana passada,
por R$ 2,6 milhões.
Agora, faz cinco shows em
quatro cidades brasileiras,
de amanhã até o dia 15, e depois vai se apresentar em 11
de fevereiro num festival em
Dubai, nos Emirados Árabes.
Além de ajudar a recompor suas finanças, esse retorno comendo pelas beiradas
tenta provar que a cantora
pode voltar a ser confiável no
agendamento de shows.
Aos 27 anos, seu currículo
de barracos ameaça ofuscar
seus dois álbuns de sucesso
estrondoso: "Frank" (2003),
com 8 milhões de discos vendidos, e o hit mundial "Back
to Black" (2007), com mais
de 32 milhões de cópias.
Sua releitura da soul music dos anos 1960 foi recompensada com cinco prêmios
Grammy em 2008.
Há tempos sem conceder
entrevistas depois de muitas
polêmicas com jornalistas,
Amy não deu pistas sobre o
repertório da turnê.
Sucessos como "Rehab" e
"Tears Dry on Their Own",
que chegaram ao topo das
paradas brasileiras, podem
ser acompanhados de canções inéditas que ela prepara
para o terceiro álbum.
Até mesmo as músicas que
ela gravou durante os meses
passados no Caribe em 2009
e foram vetadas pela gravadora Island podem entrar
nas apresentações. Quem
ouviu diz que têm uma levada reggae, com muito peso.
Amanhã à noite, em Florianópolis, Amy mostra sua
munição para a guerra pela
reconquista de prestígio.
Se soltar o vozeirão, voltar
ao topo será só questão de
tempo -e de um pouco de
bom comportamento.
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