São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TEMPORADA DE OUTONO-INVERNO 2001

Masculino faz mix de estilos e cores

HERCHCOVITCH E ELLUS SE DESTACAM


Formas mais secas, caubóis e o look escolar dos anos 50 são tendência na passarela da SP Fashion Week


ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

JACKSON ARAUJO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A São Paulo Fashion Week terminou anteontem na cidade com um dia dedicado à moda masculina, mas essa idéia (lançada na última estação) ainda se mostra enfraquecida. Com exceção da Ellus, as grandes marcas ainda se mostram tímidas para encarar o investimento de um desfile extra. Assim, somente Fause Haten e Alexandre Herchcovitch reforçam sua imagem no segmento, em que Ricardo Almeida é, por enquanto, o único dedicado com exclusividade ao gênero.
Sem publicações brasileiras e poucos jornalistas realmente especializados, o dia teve público esvaziado. A sala só lotou mesmo para a apresentação de Ricardo Almeida, famoso por seus clientes da TV e da música e pelo casting que deixa o povo sem ar.
Justamente para fugir dessa fórmula, Almeida tapou o rosto e as mãos dos modelos -o desfile inteiro. A idéia era levar o foco para a roupa, emprestando um clima de mistério aos looks que muitas vezes lembravam bem-vestidos espiões ou detetives.
O look Mr.M vem então com ternos e camisas xadrezes e listrados, costumes de couro e camisas clássicas com punho de malha sanfonada. Melhor momento: casaco 7/8 em couro com calça reta.
Mas ao final, um anticlímax: os modelos não tiraram as máscaras, frustrando a todos, num desfile monótono e longo demais.
Em clima de androginia e glam-rock, Herchcovitch acionou a mesma cartela de cores, tecidos e inspiração do feminino (um alfaiate de artista country dos anos 40). O fundamento é o pink fluo, em vários momentos da coleção nas calças, terninhos, jaquetas, pulôveres e na fita adesiva pink colada nas botas cowboy pichadas com spray fluo, uma pérola da edição de moda que será usada por todos os modernos.
O estilista conseguiu montar looks criativos ao embaralhar todas as propostas de cor, forma e estampa. Como as calças retas e secas de vinil, quase legging, usadas com saia de pregas e terninho. Os caubóis de Herchcovitch usam camisas bordadas com franjas de vinil, calças de brocado e blazer.
Fause Haten faz uso de exóticas combinações de estampas e cores para retratar seu homem hedonista, que gosta de sair para dançar com looks como o training caramelo com detalhe de petê; e o canguru roxo com pedrarias Swarovski. Haten acerta mais na simplicidade, como na malha de listra fininha branca sobre preto.
Em cenário que reproduzia uma quadra de basquete de escola americana, a marca Ellus, de Nelson Alvarenga, recuperou a sua original inspiração college. O clima é de um divertido campus com estudantes dos mais diversos tipos: nerds, preppies, pervertidos, bagunceiros e descolados.
A calça em jeans escuro, reta com bolsos frontais de zíper tipo trainning, é o fundamento. Durante todo o desfile ela aparece em diferentes combinações: com blazers, jaquetas, malhas e pulôveres. No balanço final dos looks masculinos, o que se viu foram formas retas e secas, calças mais curtas, muitas jaquetas e a confirmação do casaco 7/8 como tendências. Destacaram-se o masculino das marcas Ronaldo Fraga, Zapping (superior ao feminino), Walter Rodrigues, Forum e Carlota Joaquina.
Avaliação dos desfiles:

Herchcovitch -     
Fause Haten -  

Ellus -    

Ricardo Almeida -    


Texto Anterior: Artes cênicas: MinC lança programa EnCena Brasil
Próximo Texto: Rafael é a cara da temporada
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.