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Show dos Stones, por Scorsese, abre Berlim
"A certa hora, aquilo se torna uma coreografia", diz o diretor à Folha
Diretor norte-americano premiado com Oscar captou imagens de apresentação em pequeno palco de Nova York com os Clinton
DA ENVIADA ESPECIAL A BERLIM
O 58º Festival de Berlim promete ter, hoje, uma abertura
trepidante, com a pré-estréia
mundial de "Shine a Light", o
filme-concerto de Martin Scorsese com os Rolling Stones, que
será exibido fora de competição, com as presenças anunciadas do cineasta norte-americano e da banda inglesa.
""Shine a Light" não é um filme feito com a expectativa de
ganhar prêmios", disse Scorsese, em entrevista à Folha e a
um grupo de jornalistas estrangeiros, no último Festival de
Cannes, em maio passado.
Com o filme "quase pronto",
Scorsese se deslocou até Cannes para dar uma aula magna e
promover a World Cinema
Foundation, entidade que preside, para a preservação de negativos de filmes importantes
ameaçados de deterioração.
O cineasta contou que decidiu filmar a performance dos
Rolling Stones no palco logo
após ter concluído "Os Infiltrados" (2006), título que finalmente lhe garantiu um Oscar
de melhor filme.
"Eu estava feliz de ter terminado "Os Infiltrados". Foi um
filme louco de fazer. Fiquei
muito envolvido com ele. Queria me dedicar a um filme sem a
expectativa de ganhar prêmios,
de participar de grandes cerimônias", disse.
A idéia de filmar um show
dos Stones havia surgido anos
antes, quando o vocalista Mick
Jagger convidou Scorsese para
um show da banda e perguntou
se ele não gostaria de transformá-lo num filme.
Scorsese pestanejou: "Sabia
que o show era fantástico. Mas,
quando o revi e notei aquelas
toneladas de luz, as 50 câmeras
que eles já tinham, pensei: O
que posso acrescentar a isso?".
A saída para o cineasta foi
"convencê-los a tocar num teatro pequeno, o Beacon, de Nova
York". Em 2006, os Stones subiram duas vezes ao palco do
Beacon, em apresentações organizadas pela Clinton Foundation, fato que transformou
Bill e Hillary Clinton em "personagens" de "Shine a Light".
Nos dois shows, Scorsese estava lá, cercado por um time
com "os melhores cameramen
do mundo", encabeçado por
Bob Richardson, fotógrafo de
"Cassino" e "O Aviador".
O resultado, segundo Scorsese, "é um filme-show", algo que
ele se divertiu em dirigir e
montar porque, "a certa hora,
aquilo se torna uma coreografia, quando o câmera entende a
música e se move com ela".
O diretor diz, enigmaticamente, que "alguma coisa
aconteceu nos últimos 20 minutos" do show e que ele acredita ter captado "o êxtase das
performances" dos músicos.
"Shine a Light" está previsto
para estrear no Brasil em 4/4.
Madonna
Além dos Rolling Stones, o
Festival de Berlim receberá
também o ícone pop Madonna,
mas em sua versão cineasta.
É dirigido por ela o título
"Filth and Wisdom" (vulgaridade e sabedoria), selecionado
para a mostra Panorama.
O longa traz a história de três
personagens vivendo em Londres -um imigrante ucraniano
que faz programas, uma funcionária de uma farmácia e uma
dançarina de casa noturna.
Com a presença da cantora,
"Filth..." passa na próxima
quarta.
(SILVANA ARANTES)
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