São Paulo, quinta-feira, 07 de março de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ERUDITO

Pacote inclui 12 espetáculos

Municipal põe à venda assinaturas para 2002

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Teatro Municipal de São Paulo colocou à venda assinaturas para sua temporada de 2002. São cinco óperas e sete concertos sinfônicos, num pacote que, dependendo da visibilidade e da localização da poltrona, poderá custar de R$ 145 a R$ 745.
Até o ano passado as assinaturas eram feitas apenas para os espetáculos produzidos pelos Patronos do Municipal, que este ano passam a patrocinar toda a programação. O sistema de assinaturas para a temporada lírica foi comum até os anos 50, quando a programação era licitada e entregue a um empresário.
A primeira ópera da temporada, "Carmen", de Bizet, que estréia amanhã sob a direção musical de Jamil Maluf -é a mesma montagem feita no ano passado pelo teatro Alfa- está fora das vendas por assinaturas.
Serão apresentadas "João e Maria" (Hansel und Gretel), de Engelbert Humperdinck, numa produção em português e sobretudo destinada ao público infanto-juvenil, "Macbeth", de Giuseppe Verdi, "La Gioconda", de Amilcare Ponchielli, "Sansão e Dalila", de Camille Saint-Saens, e finalmente "Don Giovanni", de Wolfang Amadeus Mozart.
A ópera de Ponchielli será uma co-produção com o Municipal do Rio. A de Saint-Saens será apresentada em versão de concerto.
Excetuada "João e Maria", que trará Jamil Maluf como regente da Orquestra Experimental de Repertório, as óperas terão, todas, a Sinfônica Municipal sob a batuta do diretor musical do teatro, o norte-americano Ira Levin, contratado pelo banco Santos, com base no mecenato da legislação de incentivos fiscais.
Levin recebeu do secretário de Cultura Marco Aurélio Garcia e da diretora do teatro Lúcia Camargo a atribuição de dar um padrão de excelência técnica à orquestra. Ele também regerá os sete concertos sinfônicos vendidos no pacote de assinaturas.
O repertório está um pouco mais arejado, o que já é um sinal de vitalidade e de um novo estado de espírito perceptível no teatro. Haverá obras de Max Reger, Carl Nielsen e Paul Hindemith, compositores pouco frequentes nos programas do Municipal.
A orquestra também fará duas peças difíceis e de maior fôlego: em setembro, a "Sinfonia Nš 6" de Mahler; em dezembro, a "Sinfonia Nš 9" de Bruckner.
Quanto aos solistas programados, há belas surpresas, como Eliane Coelho, soprano brasileira radicada na Europa, contratada da Staatsoper de Viena e que estará no elenco de "La Gioconda".
Virá também a São Paulo, para "Macbeth", a soprano norte-americana Gail Gilmore. Ela tem acumulado desempenhos saudados superlativamente pela crítica ao se apresentar com o repertório wagneriano ("Lohengrin", "Parsifal"), pucciniano ("Tosca", "Turandot") e straussiano ("Salomé", "O Cavaleiro da Rosa").


Texto Anterior: Mostra tem "filmes a descobrir"
Próximo Texto: Osesp abre temporada hoje com Bach e Mahler
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.