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"Paraíso" tem pior estréia da década
Novela da Globo começa com apenas 41 pontos; desempenho pode ter sido reflexo do baixo ibope do final de "Páginas"
Desde "Celebridade", em 2003, tramas da Globo neste horário não haviam marcado menos de 50 de
média no primeiro capítulo
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Paraíso Tropical" teve a pior
audiência de estréia das novelas das oito da Globo desta década. O primeiro capítulo, exibido anteontem, marcou apenas 41 pontos de média, de
acordo com dados prévios do
Ibope.
Até então, a estréia mais baixa dos anos 2000 havia sido registrada por "Laços de Família", de Manoel Carlos. Primeira novela das oito a entrar no ar
nesta década, marcou 44 pontos no primeiro capítulo.
As cinco novelas anteriores a
"Paraíso Tropical" iniciaram
com pelo menos 50 pontos no
Ibope: "Páginas da Vida" (50),
"Belíssima" (54), "América"
(56), "Senhora do Destino" (51)
e "Celebridade" (50).
Antes disso vieram: "Mulheres Apaixonadas" (45), "Esperança", "O Clone" e "Porto dos
Milagres" (todas com 47).
"Paraíso Tropical", de Gilberto Braga e Ricardo Linhares,
pode ter sido prejudicada pela
decepcionante audiência do último capítulo de "Páginas da
Vida", na sexta-feira.
A trama de Manoel Carlos
terminou com 53 pontos, um a
menos do que o penúltimo capítulo e dois a menos do que alcançara antes da fase final.
É normal que o primeiro capítulo de uma novela sofra uma
queda de audiência em relação
ao final da anterior. Na Globo,
considera-se que há um "luto"
do telespectador, que resiste
por um tempo à nova história.
A queda sofrida na troca de
"Páginas" para "Paraíso", contudo, foi de quase 25%, acima
das registradas anteriormente.
Foram 12 pontos de queda, o
que corresponde a 666 mil domicílios na Grande São Paulo.
Autor de "Páginas", Braga
afirmou ontem à Folha, por e-mail, que não sabe calcular
quanto tempo pode levar para
recuperar os telespectadores
perdidos. "Gostaria muito de
saber responder, mas não sei.
Só sei que estamos escrevendo
uma boa novela, cuja história
vai em crescendo. Espero que
possamos recuperar os espectadores logo", disse o escritor.
Rio de novo
O "Paraíso" de Braga já deixou claro que nada tem a ver
com as "Páginas" de Manoel
Carlos. A história é mais ágil,
um thriller. A excessiva quantidade de cenas paradisíacas do
Rio, contudo, pode ter dado ao
público um ar de "déjà vu" e
prejudicado o ibope inicial.
Saiu o Leblon, entrou Copacabana, mas era o mesmo Rio turístico, com a mesma MPB.
A direção de Dennis Carvalho chamou a atenção.
O ritmo é bom, o cenário,
muito bem contruído. É impressionante o hotel cenográfico de Antenor Cavalcanti. O
efeito de computador que insere imagens da praia na porta do
hotel de mentira também está
bem resolvido. O par romântico já começou com química, o
vilão de Wagner Moura promete, e, por ora, nada indica que
"Paraíso Tropical" não recupere em breve o fôlego no Ibope.
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