São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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"Paraíso" tem pior estréia da década

Novela da Globo começa com apenas 41 pontos; desempenho pode ter sido reflexo do baixo ibope do final de "Páginas"

Desde "Celebridade", em 2003, tramas da Globo neste horário não haviam marcado menos de 50 de média no primeiro capítulo


LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Paraíso Tropical" teve a pior audiência de estréia das novelas das oito da Globo desta década. O primeiro capítulo, exibido anteontem, marcou apenas 41 pontos de média, de acordo com dados prévios do Ibope.
Até então, a estréia mais baixa dos anos 2000 havia sido registrada por "Laços de Família", de Manoel Carlos. Primeira novela das oito a entrar no ar nesta década, marcou 44 pontos no primeiro capítulo.
As cinco novelas anteriores a "Paraíso Tropical" iniciaram com pelo menos 50 pontos no Ibope: "Páginas da Vida" (50), "Belíssima" (54), "América" (56), "Senhora do Destino" (51) e "Celebridade" (50).
Antes disso vieram: "Mulheres Apaixonadas" (45), "Esperança", "O Clone" e "Porto dos Milagres" (todas com 47).
"Paraíso Tropical", de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, pode ter sido prejudicada pela decepcionante audiência do último capítulo de "Páginas da Vida", na sexta-feira.
A trama de Manoel Carlos terminou com 53 pontos, um a menos do que o penúltimo capítulo e dois a menos do que alcançara antes da fase final.
É normal que o primeiro capítulo de uma novela sofra uma queda de audiência em relação ao final da anterior. Na Globo, considera-se que há um "luto" do telespectador, que resiste por um tempo à nova história.
A queda sofrida na troca de "Páginas" para "Paraíso", contudo, foi de quase 25%, acima das registradas anteriormente.
Foram 12 pontos de queda, o que corresponde a 666 mil domicílios na Grande São Paulo.
Autor de "Páginas", Braga afirmou ontem à Folha, por e-mail, que não sabe calcular quanto tempo pode levar para recuperar os telespectadores perdidos. "Gostaria muito de saber responder, mas não sei. Só sei que estamos escrevendo uma boa novela, cuja história vai em crescendo. Espero que possamos recuperar os espectadores logo", disse o escritor.

Rio de novo
O "Paraíso" de Braga já deixou claro que nada tem a ver com as "Páginas" de Manoel Carlos. A história é mais ágil, um thriller. A excessiva quantidade de cenas paradisíacas do Rio, contudo, pode ter dado ao público um ar de "déjà vu" e prejudicado o ibope inicial. Saiu o Leblon, entrou Copacabana, mas era o mesmo Rio turístico, com a mesma MPB.
A direção de Dennis Carvalho chamou a atenção.
O ritmo é bom, o cenário, muito bem contruído. É impressionante o hotel cenográfico de Antenor Cavalcanti. O efeito de computador que insere imagens da praia na porta do hotel de mentira também está bem resolvido. O par romântico já começou com química, o vilão de Wagner Moura promete, e, por ora, nada indica que "Paraíso Tropical" não recupere em breve o fôlego no Ibope.


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