São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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REPERCUSSÃO

CANDIDO MENDES, membro da Academia Brasileira de Letras e da Comissão de Justiça e Paz:
"Deixei-o ainda há 15 dias em Paris numa absoluta lucidez -que ele manteve até o fim. Foi esse exercício de consciência e lucidez que ele deu a todos os amigos neste último ano. É, sem dúvida, um dos grandes mestres da pós-modernidade, unindo o trabalho de filósofo e de sociólogo. Foi notável sua influência ao pensar sobre como caímos no mundo do virtual, um mundo do massacre midiático. Esse é o grande problema do mundo que aí está. Pensamos aquilo que as imagens permitem, o que a produção virtual autoriza."

BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS, sociólogo português:
"Baudrillard foi um grande sociólogo, uma das pessoas que com mais argúcia analisou a sociedade capitalista contemporânea. Toda a sua análise dos simulacros, da sociedade do espetáculo é já um patrimônio da sociologia."

TEIXEIRA COELHO, professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP e curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo:
"Baudrillard teve uma primeira fase perfeitamente acadêmica, para em seguida se tornar um provocador público. Ele se notabilizou por discutir a quente questões de extrema atualidade, e tinha "insights" perfeitos -mesmo que depois tivesse dificuldade para desenvolvê-los e defendê-los. Acho importante esse papel corajoso de provocador. Algo bastante diferente do que se vê no cenário brasileiro, em que os intelectuais parecem só ter bons sentimentos e nunca se mostrarem dispostos a provocar."

IVANA BENTES, professora da Escola de Comunicação da UFRJ:
"Baudrillard foi um dos grandes cronistas do século 20 -muito midiático, tinha essa qualidade como uma característica ao mesmo tempo boa e duvidosa de seu pensamento. Sempre escrevendo sobre o que tinha acabado de acontecer. Sempre conseguiu responder de forma muito rápida ao que acontecia, mas sempre também desde um ponto de vista catastrófico. É um pessimismo bastante sedutor, que ao mesmo tempo cria uma certa impotência. Esse fatalismo de uma sociedade das simulações, em que tudo é falso."


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