DA REPORTAGEM LOCAL

É com a certeza que os objetos são cheios de espaços vazios que Damián Ortega caminha entre as partes suspensas de sua obra. Na individual que abre hoje, o artista mexicano pendurou do teto pedaços de um caminhão. No México, chamam de "Materialista", o mesmo nome da mostra, esse tipo de veículo, usado para transportar materiais de construção. "Gosto da contradição entre a matéria como coisa física e essa possível leveza", afirma Ortega, 41, que já desmontou e suspendeu um Fusca na Bienal de Veneza. "O outro carro tinha toda a parte mecânica, mas neste queria mostrar como é possível construir o espaço", diz Ortega. "Sinto como se fossem só os dentes, os ossos no retrato de uma pessoa." (SM)