São Paulo, sábado, 07 de março de 2009

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Osesp quer novo diretor para dividir comando

Novo regente titular, Yan Pascal Tortelier, terá menos poder que John Neschling

Fundação formará comitê para selecionar maestro que assumirá a orquestra em 2011, no lugar do francês; turnê nos EUA é confirmada

JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Osesp (Sinfônica do Estado) poderá contratar um diretor artístico que atuará ao lado de um regente titular. "Queremos institucionalizar a orquestra e não dar todo o poder decisório para uma pessoa só", disse ontem Pedro Moreira Salles (Unibanco), que integra o conselho da Fundação Osesp.
A mesma crítica indireta à centralização praticada por John Neschling -afastado em 21 de janeiro e que acumulava as funções de diretor artístico e regente- foi feita por Fernando Henrique Cardoso, presidente da fundação.
"O diretor artístico e o regente titular podem ser cargos ocupados por duas pessoas", disse FHC, para quem o modelo centralizador tem dado lugar, no exterior, ao da colaboração entre ocupantes dos dois cargos.
A fundação apresentou anteontem as normas para a sucessão de Neschling a partir de 2011. A orquestra estará até 2010 sob o comando de um regente principal, o francês Yan Pascal Tortelier.
Segundo FHC, será criado um "comitê de busca" de um novo maestro a ser integrado por sete pessoas. Serão dois representantes dos músicos, dois do conselho (o editor Luiz Schwarcz e o economista Pérsio Arida), o diretor-executivo da fundação, Marcelo Lopes, e os dois assessores estrangeiros contratados para a tarefa.
São eles o americano Henry Fogel (ex-Sinfônica de Chicago e Nacional de Washington) e o britânico Timothy Walker (Filarmônica de Londres). Ambos estavam anteontem em São Paulo para reunião que discutiu o futuro da orquestra.
Fogel disse que não há ainda uma decisão final sobre a bipartição do comando -o maestro rege, e o diretor artístico participa da definição da programação, escolha dos solistas e contratação de músicos.
Segundo Fogel, ele e Walker recomendaram a imediata contratação de um administrador artístico para auxiliar o maestro Tortelier.
FHC afirmou que não há um cronograma para a definição do novo maestro. "Não há tampouco candidaturas. Quando o encontrarmos, anunciaremos imediatamente o seu nome."
Fogel e Walker disseram que a Osesp manterá seu programa de gravações -com o selo sueco Bis, para o mercado externo, e com a Biscoito Fino, para o interno- e confirmaram que, para a turnê pelos Estados Unidos, em outubro, a orquestra será regida pelo jovem maestro americano Kazem Abdullah, de 29 anos, que já regeu ópera no Met, de Nova York.


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