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Osesp quer novo diretor para dividir comando
Novo regente titular, Yan Pascal Tortelier, terá menos poder que John Neschling
Fundação formará comitê para selecionar maestro que assumirá a orquestra em 2011, no lugar do francês; turnê nos EUA é confirmada
JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Osesp (Sinfônica do Estado) poderá contratar um diretor artístico que atuará ao lado
de um regente titular. "Queremos institucionalizar a orquestra e não dar todo o poder decisório para uma pessoa só", disse ontem Pedro Moreira Salles
(Unibanco), que integra o conselho da Fundação Osesp.
A mesma crítica indireta à
centralização praticada por
John Neschling -afastado em
21 de janeiro e que acumulava
as funções de diretor artístico e
regente- foi feita por Fernando Henrique Cardoso, presidente da fundação.
"O diretor artístico e o regente titular podem ser cargos ocupados por duas pessoas", disse
FHC, para quem o modelo centralizador tem dado lugar, no
exterior, ao da colaboração entre ocupantes dos dois cargos.
A fundação apresentou anteontem as normas para a sucessão de Neschling a partir de
2011. A orquestra estará até
2010 sob o comando de um regente principal, o francês Yan
Pascal Tortelier.
Segundo FHC, será criado
um "comitê de busca" de um
novo maestro a ser integrado
por sete pessoas. Serão dois representantes dos músicos, dois
do conselho (o editor Luiz
Schwarcz e o economista Pérsio Arida), o diretor-executivo
da fundação, Marcelo Lopes, e
os dois assessores estrangeiros
contratados para a tarefa.
São eles o americano Henry
Fogel (ex-Sinfônica de Chicago
e Nacional de Washington) e o
britânico Timothy Walker (Filarmônica de Londres). Ambos
estavam anteontem em São
Paulo para reunião que discutiu o futuro da orquestra.
Fogel disse que não há ainda
uma decisão final sobre a bipartição do comando -o maestro
rege, e o diretor artístico participa da definição da programação, escolha dos solistas e contratação de músicos.
Segundo Fogel, ele e Walker
recomendaram a imediata contratação de um administrador
artístico para auxiliar o maestro Tortelier.
FHC afirmou que não há um
cronograma para a definição do
novo maestro. "Não há tampouco candidaturas. Quando o
encontrarmos, anunciaremos
imediatamente o seu nome."
Fogel e Walker disseram que
a Osesp manterá seu programa
de gravações -com o selo sueco Bis, para o mercado externo,
e com a Biscoito Fino, para o interno- e confirmaram que, para a turnê pelos Estados Unidos, em outubro, a orquestra
será regida pelo jovem maestro
americano Kazem Abdullah, de
29 anos, que já regeu ópera no
Met, de Nova York.
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