São Paulo, sábado, 7 de março de 1998

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ARTES CÊNICAS
Funarte divulga no Rio lista dos 13 grupos contemplados com cerca de R$ 175 mil cada um
Teatro e dança recebem apoio do governo

ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha

A Funarte (Fundação Nacional de Artes) divulgou anteontem, no Rio, a lista dos 13 grupos de artes cênicas que deverão receber apoio financeiro do Ministério da Cultura (MinC) e do Ministério do Trabalho durante este ano, sendo oito de teatro e cinco de dança.
Em teatro, foram escolhidos os grupos Emboaça (SE), Bando de Teatro Oludum (BA), Os Fodidos Privilegiados e Tá na Rua (RJ), Tapa e Engenho Teatral (SP), Ói Nóis Aqui Traveiz (RS) e Galpão (MG).
Os cinco grupos de dança escolhidos são: Primeiro Ato (MG), Lia Rodrigues (RJ), Cena 11 (SC), Quasar (GO) e Gedam - Grupo Experimental de Dança do Teatro Amazonas (AM).
Segundo declarações de Francisco Weffort, ministro da Cultura, em entrevista concedida à Folha na última segunda-feira, tal projeto tem como objetivo, principalmente na área de dança, garantir a continuidade de trabalho de grupos que ainda não possuem estrutura suficiente para manter exigências básicas de seu dia-a-dia.
No entanto, a comissão encarregada de escolher os grupos incluiu o Primeiro Ato, de Belo Horizonte, que há quase sete anos recebe patrocínio do Banco Rural, o que garante à companhia mineira uma infra-estrutura privilegiada se comparada à dos chamados grupos emergentes que o MinC pretendia apoiar.
Com apenas uma representante de dança, a professora baiana Lia Robatto, a comissão do MinC responsável pela escolha dos grupos reúne quatro representantes de teatro (Aderbal Freire Filho, Carlos Gradim, Alcione Araújo, Sábato Magaldi), além de Humberto Braga e Marcio de Souza (da Funarte) e Luciano Ramos, secretário-adjunto de Políticas Culturais do MinC.
em Diretor e assistente
Surpreendentemente, a comissão não escolheu nenhum grupo de São Paulo, onde inúmeros criadores independentes sobrevivem à custa de esforços pessoais, uma vez que as Secretarias da Cultura locais, tanto do Estado quanto do Município, não oferecem políticas voltadas para o setor.
Aos grupos escolhidos, o projeto, que envolve o MinC e o Ministério do Trabalho, oferecerá uma verba de R$ 110 mil para garantir, de março a dezembro deste ano, os salários de um diretor e seu assistente, além de gastos básicos de manutenção do grupo.
A esses R$ 110 mil serão somados R$ 65 mil, para que o grupo invista na produção de um espetáculo. A partir de uma reunião que os grupos realizarão na próxima semana com a Funarte e o MinC, será acrescida ainda uma verba, de acordo com a necessidade de cada elenco, para contratação de professores e desenvolvimento de trabalhos de intercâmbio e formação.



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