TÔ passada: o Derrick May não vem mais. Esquece toda aquela conversa de tecno-rebels. Quem quiser ouvir o som de Detroit vai ter de esperar até a vinda de Juan Atkins em maio. May estava bem aqui ao lado, na Argentina, há duas semanas. Daí organizadores e patrocinadores decidiram que estava muito em cima para fazer a festa. O que eles não sabiam é que hoje é o ANIVERSÁRIO do Derrick May e que ele quer passar a data em Detroit! E a gente é que fica aqui com água na boca!!!!
E o nosso fim-de-semana clubber? Bom, até o fechamento desta edição, o povo do Lov.e ainda tinha alguma esperança, quem sabe o cara acorda e quer vir tocar aqui para a gente? Então ligue para o clube para confirmar: 0/xx/ 11/3044-1613.

MAS nem tudo está perdido. Temos Satoshie Tomiie quinta-feira na U-Turn (r. Tabapuã, 1.463). Ele é japonês, mas, não se engane, ele toca house de Nova York. Êêêêê! Ele faz parte do clã da Def Mix e pôs o dedo em clássicos como "Whistle Song" e "Tears". Em seu último álbum, "Full Lick", traz elementos fundamentais do estilo. Vamos lá!

E mais: já está fechado para 9 e 10 de junho, em Curitiba e São Paulo, o Skol Beats, um projeto nos moldes do Homelands, que vai trazer WestBam, Mike Maguire, Total Eclipse, Stacey Pullen, mais os retornos de Armand Van Helden, Green Velvet (desta vez com seu hypado live act) e o arroz-de-festa Paul Oakenfold, dividindo espaço com top DJs brasileiros. É mais uma marca grande a apostar no segmento eletrônico.

TEM mais DJ internacional por aqui. É Victor Calderone, o principal nome da vertente gay da house, assumindo, de certa forma, o posto de Junior Vasquez. Então existe som gay? Mais ou menos. O que existe certamente é um som que as bichas adoram -e elas adoram o Victor Calderone. Pense hi-nrg, euro, hard house e Thunder Pussy 2000 (outro nome de ouro nesse segmento). Calderone toca amanhã no Rio, no New York Center da Barra. Para quem se habilitar, a ponte aérea e a viação Cometa são sempre amigas (se estiver no Rio, aproveite para dar um beijo de parabéns ao Felipe Velloso, no domingo, em seu tea-dance Bar Man, às 17h).

MAIS aniversário. Êta, quanto ariano! Hoje, além do Derrick May (agora que a gente sabe), é o Marcão Morcerf. Quarta é o Kaká di Polly, a nossa Divine, que recebe amigos no Rainha Vitória do Arouche para comemorar seus 40 anos; 20 deles na noite. E todo mundo vai estar lá. Kaká é tudo.

E, no aniversário de Astrid Fontenelle, em Salvador, sábado passado, o clima era de caranguejo em Itapoã, reza no Bonfim e champanhe sem fim na festa produzida por Lícia Fábio, onde passou até o prefeito. Daniela Mercury saiu molhada de tanto dançar. E, já que o assunto era o pequeno Elián, Angela Borges e a animada delegação de Fortaleza rodopiaram pencas ao som de "Donde Estás, Yolanda?", do Pink Martíni, e de "La Cubanita", hits absolutos da festa.

E o debate sobre o trance pega fogo, acompanhando as tendências internacionais -e nacionais também. E, quando a gente fala em "a morte do trance", é porque agora tudo é trance, né? E todo mundo toca trance, os DJs de trance pipocam direto, tocam em tudo quanto é lugar. Do Gitana à Jovem Pan, da rave mais private à mais mainstream. "O que se entende por trance na verdade é euro", diz na revista "Muzik" o DJ John Digweed, um dos renovadores. E, quem diria, o trance agora é o gênero favorito de playboys e patricinhas (que dançam com o indefectível dedinho rodando no ar). O que começou underground hoje já é considerado o mais popular dos estilos de dance music.
E nisso o Camilo Rocha e eu concordamos: inverteu. Realmente a house é que agora é coisa para iniciados.
Especialistas criticam a qualidade das produções do momento, enquanto os DJs tocam faixas de meados dos anos 90 como se fossem novidades. De um lado, a estagnação; de outro, novos caminhos como o acid tecno ou o deep trance. A polêmica pega fogo na Internet também, a julgar pelas inflamadas discussões do site rraurl. Confira e entre nesse assunto também. Quanto tempo o trance vai "ficar na moda"?

DANNY Tenaglia, um DJ de house que soube absorver timbres e levadas do trance, abalou na sua festa retrospectiva, semana passada em Londres. No meio do set, abriu o microfone, falou, agradeceu e iniciou uma seleção de clássicos com o à capella "In the Beggining There Was Jack...". O povo foi à loucura. E quem quiser a íntegra desta pregação clubber para cantar com o Chuck Roberts me manda um e-mail.

AMANHÃ começa o projeto novo do DJ Edu Corelli, o Sábado Jamanta, no também novo DJ Club (alameda Franca, 241, esquina com a Pamplona). Corelli (aka Selma Self Service) assume a house. E amanhã tem também Jac Jr. e Mr. Gil no Lov.e, com o projeto Duet:4fun.

INCRÍVEL! Nenê acaba de sair da Lôca. Com seis anos de casa, desde os tempos do Samantha, o mais irreverente promoter do underground deixa o clube. Nenê diz que foi um ciclo que chegou ao fim, que faltava autonomia e que ele ficou com vontade de mudar. "Aquilo ali eu já vi, já sei como é, agora quero ver outras coisas." Nenê avisa que está aberto a novos projetos, que é só ligar para ele. Boa sorte!
E, talvez como um marco da era Nenê, a memorável noite da Lôca, semana passada, com os DJs suecos Adam Beyer e Cari Lekebusch. Tinha até laser e o som estava perfeito. A cena em peso compareceu, os caras tocaram com consistência e técnica, mantendo o povo até às 9h da manhã.

INTEGRAÇÃO djá! O povo de São Caetano movimentou a cena com um simpático chill-out no último fim-de-semana, com muita bebida, muitos DJs presentes (os portugueses de house também) e até decoração. E a inovação: no salão de festa do prédio! Tá vendo? Nem tudo foram flores no último fim-de-semana.
A bruxa estava solta nos Jardins. Teve desagradável bas-fond no Gourmet, envolvendo até frequentadores amigos da casa (que todo mundo já fala que não é mais o mesmo); uma menina foi agredida por um frequentador no Massivo e teve briga de meninas na Consolação. É o outro lado da noite. Que pena.

E-mail: palomino@uol.com.br