São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2004

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MERCADO EDITORIAL

Maior evento do gênero, com início no dia 15, tem poucas novidades, como ciclo de palestras sobre SP

Bienal do Livro repete fórmulas de edição anterior

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada de novo no front, no front da Bienal do Livro de São Paulo. Em sua primeira "aparição", uma apresentação para a imprensa, ontem, a 18ª edição do maior evento de livros do país se mostrou gêmea da Bienal de 2002.
Assim como na edição de número 17, a feira, marcada para o intervalo de 15 a 25 de abril, será nos mesmos 45 mil metros quadrados do Centro de Exposições Imigrantes, com as inalteradas 830 editoras e os equivalentes 2.000 novos títulos.
O maior estande é novamente o da Imprensa Oficial de São Paulo em parceria com a Associação Brasileira de Editoras Universitárias, a programação cultural é outra vez estrelada por Ziraldos, Ignácios de Loyola Brandão e Leonardos Boff, as editoras poderão, como em 2002, vender cinco títulos por dia com desconto de 30% e muitas semelhanças mais.
Bem, existem também novidades. "Neste ano teremos duas entradas para a Bienal. Pode parecer pouco importante, mas é fundamental, melhora o fluxo do público", diz Marino Lobello, vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro, organizadora do evento.
Não é a única nova. A programação cultural da feira, que o presidente da CBL, Oswaldo Siciliano, diz ser "prioridade máxima", antes tinha dois eixos principais, o Salão de Idéias, com nomes mais conhecidos, e o Salão da Travessa Literária, com emergentes.
Na edição 2004 fica o Salão de Idéias, que recepcionará, além dos brasileiros, uma delegação de 20 estrangeiros, com destaque para Gavino Ledda (Itália), autor de "Pai Patrão", o sociólogo Michel Maffesoli (França) e o best-seller Eoin Colfer (Irlanda).
O segundo ciclo, porém, ganha novo nome: Café Paulicéia, alusão aos 450 anos de São Paulo. A série de palestras, desenvolvida por Manuel da Costa Pinto, colunista da Folha, reúne personalidades ligadas à história da cidade. A lista inclui escritores, como Ferréz, Glauco Mattoso e Mário Chamie, músicos, como Tom Zé e o maestro Júlio Medaglia, e intelectuais, a exemplo de Ismail Xavier, Carlos Augusto Calil e Jorge Schwartz.
Não será a única referência da Bienal ao aniversário de São Paulo. Os organizadores da feira prometem um "túnel, que tem como entrada um livro gigante, no qual as crianças poderão passear por uma exposição sobre a história de todas as nossas etnias". Apresentações de dez grupos "étnicos" de dança, formados por crianças, também festejam os 450 anos.
Paulistanismos à parte, a programação cultural inclui, mais uma vez, uma série de eventos elaborados pelas editoras universitárias. No "Espaço Universitário" falarão desde nomes da literatura, como Fábio Lucas, até personalidades da economia (Márcio Pochmann e Stephen Kanitz), da moda (Costanza Pascolato) e do direito (Luiza Nagib Eluf).
Em meio a esses muitos nomes somem do mapa outros tantos, o dos escritores consagrados que batizavam as "ruas" da Bienal. As vias da feira, antes chamadas de "rua Jorge Amado", "rua Graciliano Ramos" e assim por diante, agora serão rua 1, rua 2 etc.
Os números estão em alta também nos investimentos. A CBL calcula que serão gastos R$ 15 milhões, um a mais do que em 2002 -e a projeção de lucros segue em torno de R$ 1,5 milhão.
"Será a maior Bienal de todos os tempos", diz Oswaldo Siciliano.


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