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Ator Charlton Heston, 84, morre nos EUA
Vencedor do Oscar com o filme "Ben-Hur' (59), astro sofria de doença degenerativa com sintomas do mal de Alzheimer
Durante carreira, ator privilegiou épicos, ficção científica e filmes-catástrofe e, nos últimos anos, defendeu o uso de armas
France Presse/MGM
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DA REPORTAGEM LOCAL
Charlton Heston, vencedor
do Oscar de melhor ator pelo
papel-título do filme "Ben-Hur" (1959), morreu na noite
de sábado, aos 84 anos, em Bervelly Hills, Los Angeles.
Em 2002, o ator americano
anunciou que sofria de sintomas do mal de Alzheimer. Ele
morreu em sua casa, ao lado da
mulher, Lydia, com quem era
casado desde 1944. "Nenhum
homem poderia ter dado mais à
família, à profissão e ao país.
Em suas próprias palavras: "Vivi uma vida tão maravilhosa!
Vivi o suficiente para duas pessoas'", disse a família, em nota,
sem divulgar a causa da morte.
Heston ficou conhecido por
sua atuação em filmes épicos
("Ben-Hur", "Os Dez Mandamentos"), de ficção científica
("Planeta dos Macacos", "No
Mundo de 2020") e de catástrofe ("Terremoto").
O papel mais controverso, no
entanto, foi na vida real, como
presidente da Associação Nacional do Rifle (de 1998 a
2003). Isso lhe rendeu uma de
suas últimas aparições no cinema, involuntária, no filme "Tiros em Columbine" (2002).
O filme de Michael Moore
põe Heston como "vilão" por
sua defesa ao direito à posse de
armas. À época, porém, a imprensa avaliou que, combalido
pela doença degenerativa, o
ator pareceu mais inofensivo
do que se pretendia mostrar.
Ontem, o site de Michael
Moore exibia uma foto de Heston e a reprodução de um pedido da família de que sejam feitas doações ao Fundo de Cinema e Televisão dos EUA.
O presidente americano
George W. Bush, que em 2003
outorgou a Heston -ativista
político de direita- a medalha
da liberdade, a mais alta
honraria civil do país, descreveu ontem o ator como um
"grande defensor das liberdades". "Ele serviu a seu país na
Segunda Guerra, militou pelo
movimento dos direitos civis
[dos negros, nos anos 50], dirigiu um sindicato [dos atores] e
defendeu vigorosamente a segunda emenda", disse, referindo-se ao artigo da Constituição
dos EUA que garante o direito
dos cidadãos de portar armas.
Nascido em 1924, em Evanston, Illinois, Heston iniciou sua
carreira na Broadway como
ator e modelo de nu artístico.
Em seu começo no cinema, fez
"O Maior Espetáculo da Terra"
(1952), de Cecil B. DeMille, que
voltaria a escalá-lo como o Moisés de "Os Dez Mandamentos".
No Brasil
Seu último filme, "Josef
Menguele - My Father, Rua Alguém, 5.555" (2003), em que
vivia o nazista, foi rodado no
Brasil. O ator brasileiro Odilon
Wagner, que fez parte do elenco, diz que Heston sofria dificuldade para se locomover e tinha de ler suas falas em painéis.
"O diretor [o italiano Egidio
Eronico] se revoltou e quis "devolver" o Heston. Disse que tinham vendido gato por lebre,
que ele não decorava nada."
Mas, com a câmera ligada, "era
outra coisa". Apesar de ter passado por uma cirurgia no quadril, Heston fez até uma cena de
baile com a atriz Denise Weinberg. "Ele girava, posicionava-a
conforme a câmera rodava ao
redor, e ele mal podia andar..."
Com agências internacionais
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