São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997.



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Música eletrônica é a trilha de"Babel"

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

A música eletrônica e suas variações experimentais são o destaque destes dois dias dentro da programação de "Babel", o evento do Sesc que até o dia 15 reúne os novos modernos também das áreas de dança, artes plásticas, teatro, moda e cena club.
Hoje se apresentam os DJs Renato Lopes e Andrea Gram, mais o guitarrista Edgar Scadurra e o produtor Renato Cohen, com seu novo trabalho na linha do tecno, Level 202 (fala-se dois zero dois).
Ex-baterista da banda de punk-rock Disk-Putas, Renato se descobriu empolgado com as possibilidades do tecno. "Comecei a fazer tecno porque descobri que este gênero investe mais na música do que nas pessoas; não importa quem faça, importa o que você está ouvindo. O rock já se destruiu", declara Cohen, 22.
Scandurra, por sua vez, mostra hoje em "Babel" seu último trabalho, "Benzina", que também flerta com o tecno.
Anteontem e na última quarta se apresentaram Habitants, Tétine, Loop B., e Individual Industry.
O palco (de proporções maiores do que o grupo está acostumado), a luz e a ausência da fumaça típica dos clubes atrapalharam um pouco a performance do Habitants. Ironicamente, o grupo que chega a ser mencionado como "o primeiro de tecno no Brasil" ficou com cara de show de rock.
O Habitants conseguiu empolgar o público (numa noite fria e chuvosa) cheios de tops da cena tecno que foram prestigiar o grupo. O show rolou mais a partir do principal hit, "Drama", seguido de bons momentos do novo material.
Dentro de uma característica mais experimental, o som atonal do Tétine (pronuncia-se "tetíne") causou o estranhamento desejado, com a gritaria de Eliete Mejorado, rolando e gemendo no chão. Os vídeos projetados no pequeno palco completavam o tom moderno. A palavra é: interessante.
Anteontem, excessos de experimentalismos do Individual Industry efetuou um êxodo gradativo por parte do público.
Já Loop B. conseguiu captar a atenção das pessoas com seu batuque sobre peças de sucata, sobretudo quando entrou dentro de um cilindro, descendo do palco e andando próximo às pessoas.


Colaborou Ronald Villardo, free-lance para a Folha



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