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Música eletrônica é
a trilha de"Babel"
ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
A música eletrônica e suas variações experimentais são o destaque
destes dois dias dentro da programação de "Babel", o evento do
Sesc que até o dia 15 reúne os novos modernos também das áreas
de dança, artes plásticas, teatro,
moda e cena club.
Hoje se apresentam os DJs Renato Lopes e Andrea Gram, mais o
guitarrista Edgar Scadurra e o produtor Renato Cohen, com seu novo trabalho na linha do tecno, Level 202 (fala-se dois zero dois).
Ex-baterista da banda de
punk-rock Disk-Putas, Renato se
descobriu empolgado com as possibilidades do tecno. "Comecei a
fazer tecno porque descobri que
este gênero investe mais na música
do que nas pessoas; não importa
quem faça, importa o que você está
ouvindo. O rock já se destruiu",
declara Cohen, 22.
Scandurra, por sua vez, mostra
hoje em "Babel" seu último trabalho, "Benzina", que também flerta com o tecno.
Anteontem e na última quarta se
apresentaram Habitants, Tétine,
Loop B., e Individual Industry.
O palco (de proporções maiores
do que o grupo está acostumado),
a luz e a ausência da fumaça típica
dos clubes atrapalharam um pouco a performance do Habitants.
Ironicamente, o grupo que chega a
ser mencionado como "o primeiro de tecno no Brasil" ficou com
cara de show de rock.
O Habitants conseguiu empolgar
o público (numa noite fria e chuvosa) cheios de tops da cena tecno
que foram prestigiar o grupo. O
show rolou mais a partir do principal hit, "Drama", seguido de bons
momentos do novo material.
Dentro de uma característica
mais experimental, o som atonal
do Tétine (pronuncia-se "tetíne")
causou o estranhamento desejado,
com a gritaria de Eliete Mejorado,
rolando e gemendo no chão. Os vídeos projetados no pequeno palco
completavam o tom moderno. A
palavra é: interessante.
Anteontem, excessos de experimentalismos do Individual Industry efetuou um êxodo gradativo por parte do público.
Já Loop B. conseguiu captar a
atenção das pessoas com seu batuque sobre peças de sucata, sobretudo quando entrou dentro de um
cilindro, descendo do palco e andando próximo às pessoas.
Colaborou Ronald Villardo, free-lance para a Folha
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