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COPIÃO
O "Homem-Aranha" e a teia do filme nacional
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
"A lguém aí não viu?" O diretor da Columbia, Dorien Sutherland, anda desafiadoramente satisfeito com a bilheteria de "Homem-Aranha". O filme deve fechar a semana com 5,4 milhões de espectadores no Brasil e renda de R$
30 milhões.
Rodrigo Saturnino, que comanda os investimentos da empresa na co-produção de filmes brasileiros, conta com os resultados do blockbuster para sair
do "conta-gotas" em sua área.
O dinheiro que a Columbia investe no filme brasileiro vem de
seu Imposto de Renda, ou melhor, da renúncia do governo
em recebê-lo, em favor da produção audiovisual (lei 8.685/93).
Saturnino diz que, à falta de
resultados expressivos nos últimos 12 meses, os investimentos
minguaram. Agora que a maré
subiu, as contas serão refeitas.
De certo, para este ano, há R$ 1
milhão para a co-produção de
"Tainá 2", cujo orçamento é R$
5 milhões.
O infantil é um filão. Sua primeira versão fez quase 900 mil
espectadores no cinema, vendeu
mais de 12 mil fitas de vídeo e
3.400 DVDs -o que é muito para o mercado nacional.
A Columbia distribuiu o filme
para TVs na América Latina e se
animou com os resultados. Mas
o pulo do gato da produção foi
ter atraído o interesse de entidades ambientalistas internacionais e conquistado o mercado de "filme educativo", como diz o produtor Pedro Rovai.
Rovai tem um olho nas planilhas e outro no relógio. A atriz
Eunice Baía, a Tainá, completou na semana passada 12 anos.
ESTILO BARRETÃO
Luiz Carlos Barreto trocou a homenagem no Festival de Miami pelo debate no Fórum
de Programação e Produção, em SP. Caprichou no estilo. Desautorizou a diretoria da Ancine, afrontou a Associação Brasileira das Programadoras
de TV por Assinatura e insistiu no lobby para disseminar o seu
Canal Brasil além da Net/Sky.
ESTILO DAHL
Presidente de fato da Ancine, Gustavo Dahl assimilou. "Luiz
Carlos é um aliado incômodo, mas Glauber também era."
MEMÓRIA CURTA 1
É do professor Carlos Augusto Calil, ex-diretor da Cinemateca Brasileira, o
melhor argumento contrário à transferência das matrizes da Cinemateca do MAM, do Rio, para a congênere paulista. "Imprudência."
MEMÓRIA CURTA 2
Calil lembra a ironia de Paulo Emílio, que buscou no Sul os filmes de Aníbal Requião, incendiados na Cinemateca: "Eu trouxe toda a obra de Aníbal Requião, para que ela desaparecesse em conjunto."
DISSE TUDO
"Sobre fomento, a gente ainda não pensou o que fazer", afirma
Augusto Sevá, diretor da Ancine, criada para fomentar o cinema
brasileiro.
sarantes@folhasp.com.br
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