São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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COPIÃO

O "Homem-Aranha" e a teia do filme nacional

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

"A lguém aí não viu?" O diretor da Columbia, Dorien Sutherland, anda desafiadoramente satisfeito com a bilheteria de "Homem-Aranha". O filme deve fechar a semana com 5,4 milhões de espectadores no Brasil e renda de R$ 30 milhões.
Rodrigo Saturnino, que comanda os investimentos da empresa na co-produção de filmes brasileiros, conta com os resultados do blockbuster para sair do "conta-gotas" em sua área.
O dinheiro que a Columbia investe no filme brasileiro vem de seu Imposto de Renda, ou melhor, da renúncia do governo em recebê-lo, em favor da produção audiovisual (lei 8.685/93).
Saturnino diz que, à falta de resultados expressivos nos últimos 12 meses, os investimentos minguaram. Agora que a maré subiu, as contas serão refeitas.
De certo, para este ano, há R$ 1 milhão para a co-produção de "Tainá 2", cujo orçamento é R$ 5 milhões.
O infantil é um filão. Sua primeira versão fez quase 900 mil espectadores no cinema, vendeu mais de 12 mil fitas de vídeo e 3.400 DVDs -o que é muito para o mercado nacional.
A Columbia distribuiu o filme para TVs na América Latina e se animou com os resultados. Mas o pulo do gato da produção foi ter atraído o interesse de entidades ambientalistas internacionais e conquistado o mercado de "filme educativo", como diz o produtor Pedro Rovai.
Rovai tem um olho nas planilhas e outro no relógio. A atriz Eunice Baía, a Tainá, completou na semana passada 12 anos.

ESTILO BARRETÃO

Luiz Carlos Barreto trocou a homenagem no Festival de Miami pelo debate no Fórum de Programação e Produção, em SP. Caprichou no estilo. Desautorizou a diretoria da Ancine, afrontou a Associação Brasileira das Programadoras de TV por Assinatura e insistiu no lobby para disseminar o seu Canal Brasil além da Net/Sky.

ESTILO DAHL

Presidente de fato da Ancine, Gustavo Dahl assimilou. "Luiz Carlos é um aliado incômodo, mas Glauber também era."

MEMÓRIA CURTA 1

É do professor Carlos Augusto Calil, ex-diretor da Cinemateca Brasileira, o melhor argumento contrário à transferência das matrizes da Cinemateca do MAM, do Rio, para a congênere paulista. "Imprudência."

MEMÓRIA CURTA 2

Calil lembra a ironia de Paulo Emílio, que buscou no Sul os filmes de Aníbal Requião, incendiados na Cinemateca: "Eu trouxe toda a obra de Aníbal Requião, para que ela desaparecesse em conjunto."

DISSE TUDO

"Sobre fomento, a gente ainda não pensou o que fazer", afirma Augusto Sevá, diretor da Ancine, criada para fomentar o cinema brasileiro.

sarantes@folhasp.com.br



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