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Cada um dos dedos da mão é tema para cinco escritores
na nova coleção
de livros da
editora Objetiva
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A dez mãos
MARCELO RUBENS PAIVA
ARTICULISTA DA FOLHA
Era uma vez um mercado editorial brasileiro meio amorfo, vítima da inércia cultural de seu tempo, quando uma nova editora viu
a luz. A Objetiva bolou uma coleção temática, que abordaria os sete pecados capitais, e convidou
autores de diferentes escolas. Fez-se a coleção "Plenos Pecados", papito, e os envolvidos, autor, editor
e leitor, voltaram a sorrir.
Dois anos se passaram, e a mesma editora anuncia a coleção
"Cinco Dedos de Prosa", em que
autores discorrerão ou serão inspirados pelos dedos das mãos.
Eles serão publicados nesta ordem, a partir de agosto: Carlos
Heitor Cony (indicador), Fernanda Young (médio), Mário Prata
(mindinho), o estreante no gênero Manoel Carlos (anular) e Luis
Fernando Verissimo (polegar).
"A idéia nasceu aqui dentro.
Com o sucesso de "Plenos Pecados", amigos, escritores e jornalistas perguntavam qual seria a próxima coleção. Queríamos fugir da
proposta conceitual, fechada", diz
Isa Pessôa, diretora editorial da
Objetiva.
"Plenos Pecados", apesar do sucesso (Verissimo, com "Clube dos
Anjos", e João Ubaldo, com "A
Casa dos Budas Ditosos", ultrapassaram a marca dos 100 mil livros), ainda deve o sétimo romance. Problemas pessoais adiaram o lançamento para dezembro
do livro sobre a soberba do escritor argentino Tomás Eloy Martínez ("Santa Evita").
"A mão tem um lado curioso,
prosaico. Pode levar a livros bem-humorados. Busca o inusitado, a
graça. Montamos o time na hora.
A primeira escolha foi Fernanda,
que recebeu um adiantamento.
Eu queria uma mulher com charme, contemporânea", diz Isa.
O segundo a ser escolhido foi
Mário Prata, por ter o humor como uma marca. Verissimo foi o
terceiro a ser convidado. Ele
achou a idéia curiosa e escolheu o
polegar. Em seguida, foi convidado o autor de novelas Manoel
Carlos.
"Era o auge da novela "Laços de
Família" (TV Globo), e o encontramos num lançamento. Esse dedo, o anular, caiu como uma luva,
pois ele tem um talento extraordinário para criar personagens em
laços matrimoniais", diz Isa.
O último a ser escolhido foi
Cony, que foi o primeiro a entregar os originais. "É uma idéia
atraente do ponto de vista editorial, pois provoca idéias aos autores. É o que gratifica um editor. E
tem o apelo comercial, um livro
puxa o outro", afirma Isa, que diz
que a editora continuará lançando coleções temáticas.
"O mercado brasileiro tem muito o que aprender e desenvolver.
Há uma carência de idéias e estímulos. Damos prazos elásticos.
Eles sempre pedem um ano de
prazo", completa.
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