|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Morre o roteirista Ernest Lehman
DA REPORTAGEM LOCAL
O roteirista norte-americano
Ernest Lehman, indicado seis vezes ao Oscar, morreu no último
sábado, em Los Angeles. A notícia
de sua morte, aos 89 anos, foi divulgada ontem.
Lehman marcou época no cinema americano dos anos 60, quando seus roteiros adaptaram para
as telas grandes sucessos da
Broadway, como "A Noviça Rebelde" (1965).
Estrelado por Julie Andrews, "A
Noviça Rebelde" tem direção do
cineasta Robert Wise, para quem
Lehman já havia roteirizado
"Amor, Sublime Amor", que Wise co-dirigiu com Jerome Robbins, em 1961. Neste caso, os astros eram Natalie Wood e Richard
Beymer.
No ano seguinte ao de "Noviça"
foi a vez da adaptação de "Quem
Tem Medo de Virginia Woolf",
dirigida por Mike Nichols e estrelada por Elizabeth Taylor e Richard Burton.
Em 2001, Lehman tornou-se o
primeiro roteirista a receber um
Oscar honorário, pelo conjunto
de sua carreira.
Anonimato
No discurso de agradecimento,
afirmou que os roteiristas sofrem
rotineiramente com "o anonimato" e mandou um recado para os
críticos: "Por favor, tenham sempre em mente que a produção de
um filme começa e termina com
um roteiro".
Entre as seis indicações ao grande prêmio da Academia de Artes e
Ciências Cinematográficas de
Hollywood que Lehman havia recebido anteriormente há um roteiro original escrito para o mestre do suspense Alfred Hitchcock
(1899-1980): "Intriga Internacional", de 1959.
Com Billy Wider (1906-2002) e
Samuel A. Taylor (1912-2000), ele
escreveu o roteiro de "Sabrina"
(1954), também indicado, assim
como as adaptações de "Quem
Tem Medo de Virginia Woolf" e
"Amor, Sublime Amor".
"Alô, Dolly" (1969), dirigido por
Gene Kelly a partir de roteiro de
Lehman (com Michael Stewart e
Thornton Wilder), foi indicado a
melhor filme.
Lehman deixou de escrever roteiros em 1979. Ele começou a carreira como escritor free-lance para publicações jornalísticas.
Atraído pela Broadway, Lehman foi pioneiro na aposta de levar ao cinema os sucessos do circuito teatral. Quando adaptou a
peça de Edward Albee "Quem
Tem Medo de Virginia Woolf",
fazia parte de uma minoria em
Hollywood que acreditava no potencial de sucesso do projeto, a ser
filmado em preto-e-branco.
O êxito do filme, que recebeu 13
indicações ao Oscar, valorizou o
passe de Lehman entre os grandes
estúdios de Hollywood.
Como diretor, ele realizou um
único filme, em 1972: "Portnoy's
Complaint".
O roteirista, que era casado e tinha três filhos, morreu num hospital de Los Angeles, onde estava
internado. A causa da morte não
foi divulgada.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Crítica: Adaptação de HQ alterna explosões e questões familiares Próximo Texto: 3ª Festa Literária Internacional de Parati: Robert Alter defende valor literário da Bíblia Índice
|