São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Morre o roteirista Ernest Lehman

DA REPORTAGEM LOCAL

O roteirista norte-americano Ernest Lehman, indicado seis vezes ao Oscar, morreu no último sábado, em Los Angeles. A notícia de sua morte, aos 89 anos, foi divulgada ontem.
Lehman marcou época no cinema americano dos anos 60, quando seus roteiros adaptaram para as telas grandes sucessos da Broadway, como "A Noviça Rebelde" (1965).
Estrelado por Julie Andrews, "A Noviça Rebelde" tem direção do cineasta Robert Wise, para quem Lehman já havia roteirizado "Amor, Sublime Amor", que Wise co-dirigiu com Jerome Robbins, em 1961. Neste caso, os astros eram Natalie Wood e Richard Beymer.
No ano seguinte ao de "Noviça" foi a vez da adaptação de "Quem Tem Medo de Virginia Woolf", dirigida por Mike Nichols e estrelada por Elizabeth Taylor e Richard Burton.
Em 2001, Lehman tornou-se o primeiro roteirista a receber um Oscar honorário, pelo conjunto de sua carreira.

Anonimato
No discurso de agradecimento, afirmou que os roteiristas sofrem rotineiramente com "o anonimato" e mandou um recado para os críticos: "Por favor, tenham sempre em mente que a produção de um filme começa e termina com um roteiro".
Entre as seis indicações ao grande prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood que Lehman havia recebido anteriormente há um roteiro original escrito para o mestre do suspense Alfred Hitchcock (1899-1980): "Intriga Internacional", de 1959.
Com Billy Wider (1906-2002) e Samuel A. Taylor (1912-2000), ele escreveu o roteiro de "Sabrina" (1954), também indicado, assim como as adaptações de "Quem Tem Medo de Virginia Woolf" e "Amor, Sublime Amor".
"Alô, Dolly" (1969), dirigido por Gene Kelly a partir de roteiro de Lehman (com Michael Stewart e Thornton Wilder), foi indicado a melhor filme.
Lehman deixou de escrever roteiros em 1979. Ele começou a carreira como escritor free-lance para publicações jornalísticas.
Atraído pela Broadway, Lehman foi pioneiro na aposta de levar ao cinema os sucessos do circuito teatral. Quando adaptou a peça de Edward Albee "Quem Tem Medo de Virginia Woolf", fazia parte de uma minoria em Hollywood que acreditava no potencial de sucesso do projeto, a ser filmado em preto-e-branco.
O êxito do filme, que recebeu 13 indicações ao Oscar, valorizou o passe de Lehman entre os grandes estúdios de Hollywood.
Como diretor, ele realizou um único filme, em 1972: "Portnoy's Complaint".
O roteirista, que era casado e tinha três filhos, morreu num hospital de Los Angeles, onde estava internado. A causa da morte não foi divulgada.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Crítica: Adaptação de HQ alterna explosões e questões familiares
Próximo Texto: 3ª Festa Literária Internacional de Parati: Robert Alter defende valor literário da Bíblia
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.