São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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Animação traz revanche dos bichos

Em "Os Sem-Floresta", que estréia hoje, animais de um bosque tentam recuperar terreno "invadido" por humanos

Desenho faz ironia com o o consumismo excessivo da sociedade americana e tem personagem que faz alusão a George W. Bush


Divulgação
Personagens de "Os Sem-Floresta", desenho em que habitantes de um bosque tentam livrar o lugar de humanos consumistas


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

Cá estão eles de volta, os personagens titulares de oito em cada dez animações, os bichos. Desta vez, no novo desenho da DreamWorks, "Os Sem-Floresta", que estréia hoje, eles estão contra nós, humanos invasores do espaço que antes foi floresta.
Baseado na tirinha norte-americana homônima ("Over the Hedge" em inglês, algo como "além da cerca"), o desenho traz um grupo de habitantes de um bosque que acorda de sua hibernação de inverno para descobrir que seu terreno foi invadido por uma enorme cerca verde, atrás da qual está um típico subúrbio dos EUA, com suas casas enormes, carros modernos e sua população consumista e pouco afeita à natureza.

Celebridades
A comandá-los em busca de revanche e, mais especificamente, de comida, está o malandro guaxinim RJ, dublado pelo astro Bruce Willis -além dele, há celebridades menores como Steve Carrel ("O Virgem de 40 Anos") no papel do hiperativo esquilo Hammy, William Shatner ("Jornada nas Estrelas") e a cantora adolescente Avril Lavigne como gambás e, em pequenos papéis, Thomas Haden Church ("Sideways") e Nick Nolte ("48 Horas").
Em entrevista coletiva num hotel em Los Angeles (EUA), parte do elenco falou, num tom não muito animado, sobre sua participação no desenho.
Com ironia, Willis explicou que ficou feliz ao receber o convite para dublar um personagem: "Quando me ofereceram o papel, eu respondi: "Finalmente alguém não me pede para salvar o mundo'", explicou o tradicional herói de ação dos blockbusters hollywoodianos.
"O papel de RJ foi desafiador porque eu tinha que ser engraçado", disse Willis, que também associou características do guaxinim que interpreta (sedutor, malandro, oportunista, mas de bom coração) às de seu primeiro papel de destaque, o do detetive David Addison, do seriado "A Gata e o Rato".

Azedo
O que azedou de vez o já escasso humor de Willis durante a coletiva foi uma pergunta que buscava paralelos entre um dos personagens -o "exterminador de pragas", dublado por Haden Church- e o presidente dos EUA, George W. Bush.
Apesar de, mais cedo, o diretor Karey Kirkpatrick (que divide o comando com Tim Johnson, de "FormiguinhaZ") ter dito que essa era uma visão possível, Willis não gostou da comparação. "Não tem nada a ver, não sei como alguém pode enxergar esse paralelo."
Descartando analogias políticas, o ator preferiu reforçar a crítica à sociedade de consumo que o desenho faz. "Ele ironiza o comportamento humano e o consumismo excessivo."
É possível, assim como é possível que elas comprem os lanches, bonecos, jogos de videogames e demais bugigangas associadas a mais esse produto criado para gerar consumo.


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