São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2008

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Crítica

Mann discute individualismo em "Winchester"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Anthony Mann desconhece heróis impolutos. O homem, em especial o do Oeste, é um ser tocado pelo individualismo e cujo desafio maior é conseguir superar seus ímpetos egoístas e integrar-se a algo maior: a comunidade.
"Winchester 73" (TC Cult, 20h15; 12 anos) pode até dar a impressão de se afastar desses princípios, na medida em que dois irmãos disputam uma arma bastante preciosa.
Mas, à luz dos demais filmes de Mann, não são dois homens em conflito. Trata-se, a rigor, do mesmo homem. Ele tem em si o bom e o perverso, o generoso e o criminal. Enfim, o homem é um caos a que só uma instância maior, a comunidade, pode dar forma e sustentação.
Quando consegue estar com ela, abdicando de parte de si, o homem pode se integrar a algo maior -a natureza, o cosmos. Sem ela, é um errante.
A notar, ainda hoje, "Frango ao Vinagre" -TV 5 Monde, 23h; classificação indicativa não informada-, um Chabrol menor, mas ainda assim um delicioso Chabrol.


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