São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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Balés mostram ecletismo de canadenses

Les Ballets Jazz de Montreal apresenta "Short Works: 24" e "Les Chambres de Jacques" amanhã, no Alfa

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dono de uma dança marcada por fusões de estilos e escolas de movimento, o Les Ballets Jazz de Montreal faz apresentação única amanhã no teatro Alfa, trazendo na bagagem o trabalho de duas representantes de peso da cena coreográfica canadense. As jovens Crystal Pite e Aszure Barton assinam, respectivamente, "Short Works: 24" (2001) e "Les Chambres de Jacques" (2006), escolhidas para esta que é a quarta turnê da companhia no país -as outras foram em 1994, 1999 e 2007. Por uma questão logística, "Mapa", peça criada por Rodrigo Pederneiras (do Grupo Corpo) para os canadenses há dois anos, ficou fora da turnê, já que dois bailarinos cruciais para a montagem se machucaram. Em compensação, o diretor artístico Louis Robitaille diz que os brasileiros verão duas peças marcantes do repertório recente da trupe. Os trabalhos surgiram após longas residências das coreógrafas com os 14 bailarinos da companhia. O currículo das duas também se destaca. Barton é um talento em ascensão e foi das raras artistas escolhidas por Mikhail Baryshnikov para ser residente em seu centro de artes em Nova York. Pite dançou com o festejado Ballet de Frankfurt, de William Forsythe. "Escolhemos os coreógrafos com os quais trabalhamos por pura paixão. Procuramos criadores que sejam luminosos e humanos como é o nosso grupo", conta Robitaille à Folha, de Montreal, por telefone, explicando que hoje o repertório da companhia é formado somente por espetáculos feitos especialmente para o grupo. "Short Works: 24" é um exercício de estilo. São 24 pequenas peças, com cerca de um minuto cada, na qual os bailarinos mostram em solos, duos e conjuntos uma série de movimentos muito precisos. "Les Chambres de Jacques" (os quartos de Jacques) exibe a companhia com toda a sua capacidade coreográfica. A mistura de estilos que marca a dança do Les Ballets Jazz está ali. As diferentes cenas acontecem a partir de uma seleção musical bem eclética, que reúne música folk canadense, Vivaldi, klezmer (música judaica) e música cigana. "Há cenas de violência, raiva, amor, ternura e desespero. É como passássemos de um quarto a outro, observando as diferenças do que acontece em cada um deles", diz Robitaille. Fundado em 1972, o Les Ballets Jazz de Montreal, como o nome avisa, nasceu sob a influência do jazz dance americano. Mas, ao longo de três décadas, foi se transformando numa companhia fusion. "Somos uma mistura de influências européias e americanas. Neste caldeirão, há o jazz de antes, mas também balé clássico, dança moderna, hip hop e break dance. Somos um caso único na dança canadense", afirma o diretor.

LES BALLETS JAZZ DE MONTREAL
Quando: amanhã, às 21h
Onde: teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 0/xx/11/ 5693-4000)
Quanto: de R$ 40 a R$ 110
Classificação indicativa: livre



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