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Balés mostram ecletismo de canadenses
Les Ballets Jazz de Montreal apresenta "Short Works: 24" e "Les Chambres de Jacques" amanhã, no Alfa
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dono de uma dança marcada
por fusões de estilos e escolas
de movimento, o Les Ballets
Jazz de Montreal faz apresentação única amanhã no teatro
Alfa, trazendo na bagagem o
trabalho de duas representantes de peso da cena coreográfica canadense.
As jovens Crystal Pite e Aszure Barton assinam, respectivamente, "Short Works: 24"
(2001) e "Les Chambres de Jacques" (2006), escolhidas para
esta que é a quarta turnê da
companhia no país -as outras
foram em 1994, 1999 e 2007.
Por uma questão logística,
"Mapa", peça criada por Rodrigo Pederneiras (do Grupo Corpo) para os canadenses há dois
anos, ficou fora da turnê, já que
dois bailarinos cruciais para a
montagem se machucaram.
Em compensação, o diretor
artístico Louis Robitaille diz
que os brasileiros verão duas
peças marcantes do repertório
recente da trupe. Os trabalhos
surgiram após longas residências das coreógrafas com os 14
bailarinos da companhia.
O currículo das duas também
se destaca. Barton é um talento
em ascensão e foi das raras artistas escolhidas por Mikhail
Baryshnikov para ser residente
em seu centro de artes em Nova
York. Pite dançou com o festejado Ballet de Frankfurt, de William Forsythe.
"Escolhemos os coreógrafos
com os quais trabalhamos por
pura paixão. Procuramos criadores que sejam luminosos e
humanos como é o nosso grupo", conta Robitaille à Folha,
de Montreal, por telefone, explicando que hoje o repertório
da companhia é formado somente por espetáculos feitos
especialmente para o grupo.
"Short Works: 24" é um
exercício de estilo. São 24 pequenas peças, com cerca de um
minuto cada, na qual os bailarinos mostram em solos, duos e
conjuntos uma série de movimentos muito precisos.
"Les Chambres de Jacques"
(os quartos de Jacques) exibe a
companhia com toda a sua capacidade coreográfica. A mistura de estilos que marca a
dança do Les Ballets Jazz está
ali. As diferentes cenas acontecem a partir de uma seleção
musical bem eclética, que reúne música folk canadense, Vivaldi, klezmer (música judaica)
e música cigana.
"Há cenas de violência, raiva,
amor, ternura e desespero. É
como passássemos de um
quarto a outro, observando as
diferenças do que acontece em
cada um deles", diz Robitaille.
Fundado em 1972, o Les Ballets Jazz de Montreal, como o
nome avisa, nasceu sob a influência do jazz dance americano. Mas, ao longo de três décadas, foi se transformando numa companhia fusion.
"Somos uma mistura de influências européias e americanas. Neste caldeirão, há o jazz
de antes, mas também balé
clássico, dança moderna, hip
hop e break dance. Somos um
caso único na dança canadense", afirma o diretor.
LES BALLETS JAZZ DE
MONTREAL
Quando: amanhã, às 21h
Onde: teatro Alfa (r. Bento Branco de
Andrade Filho, 722, tel. 0/xx/11/
5693-4000)
Quanto: de R$ 40 a R$ 110
Classificação indicativa: livre
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