São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

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Orquestra de Israel começa turnê amanhã

Músico de Heliópolis, que regente conheceu em 2005, participa dos concertos

Ingressos para São Paulo estão esgotados, mas há entradas para ensaio aberto que acontece na segunda e para concertos em Paulínia

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ele nasceu no mesmo ano que a orquestra à qual está associado há 40 anos. Amanhã, em Paulínia (SP), o maestro indiano Zubin Mehta, 73, começa mais uma turnê sul-americana com a Filarmônica de Israel.
"Eu adoro o país de vocês", diz Mehta, que já regeu a orquestra por aqui em diversas oportunidades. Além de três concertos em São Paulo (domingo, em benefício da Congregação Israelita Paulista; segunda e terça, na série da Sociedade de Cultura Artística), a filarmônica criada em 1936 toca em Paulínia (amanhã e dia 12), Rio de Janeiro (dia 13), Ribeirão Preto (dia 15) e Curitiba (dia 17), tendo programadas ainda apresentações na Argentina, Uruguai e Chile.
Ao atender à Folha, por telefone, em sua casa em Los Angeles (EUA), Mehta estava estudando. O programa da turnê -formado por Beethoven (sinfonias nº 6 e 7) e Richard Strauss (poemas sinfônicos "Don Juan", "Till Eulenspiegel" e "Uma Vida de Herói")? Não. A ópera "O Caso Makropoulos", do tcheco Leos Janácek (1854-1928), que ele regerá em 2011, em Florença (onde é diretor do Maggio Musicale desde 1985). "Tenho que começar agora, senão não dá tempo", diz o maestro, um dos mais requisitados do mundo atualmente. Como diretor musical da Sinfônica de Montreal e das filarmônicas de Los Angeles e de Nova York, bem como da Staatsoper de Munique, Mehta tem uma ocupada agenda como regente convidado das melhores orquestras do planeta, e ainda preside o Festival del Mediterrani, em Valência (Espanha).
A associação com a Filarmônica de Israel, da qual ele virou diretor musical vitalício em 1981, completou quatro décadas. "No começo, a orquestra era formada por imigrantes do antigo Império Austro-Húngaro, enquanto hoje 50% são nascidos em Israel e 50% provenientes da ex-URSS.
Mas a flexibilidade e o alcance da filarmônica não mudaram." O grupo é gerido como uma cooperativa. "Não há sindicatos na orquestra, e nós somos nossos próprios acionistas." Mas, com apenas 8% do orçamento coberto por verba pública, o déficit é uma ameaça constante. "Ano a ano, nós temos que sair pedindo dinheiro e, felizmente, temos generosos amigos no mundo inteiro -inclusive no Brasil- a nos ajudar", afirma.

Heliópolis
Em sua última vinda a São Paulo, em 2005, o regente visitou o Instituto Bacarelli, que desenvolve um projeto de educação musical na favela de Heliópolis. Lá, ouviu o contrabaixista Adriano Costa Chaves, ao qual concedeu bolsa para aperfeiçoamento em Israel. Hoje com 20 anos de idade, Chaves participa dos concertos sul-americanos da orquestra. "Trata-se de um garoto excelente, como pessoa e como músico", elogia Mehta.
Os ingressos para as três apresentações paulistanas da filarmônica estão esgotados.
Na segunda-feira, às 10h, a orquestra faz um ensaio aberto, com entrada franca, na Sala São Paulo. Ainda há entradas disponíveis para os dois concertos em Paulínia (114 km de SP), amanhã e no dia 12.


ORQUESTRA FILARMÔNICA DE ISRAEL
Quando: dom., às 20h, seg. e ter., às 21h
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, tel. 0/xx/11/3223-3966)
Quanto: R$ 180 a R$ 450 (ingressos esgotados)
Classificação indicativa: 10 anos

ENSAIO ABERTO
Quando: segunda, às 10h
Onde: Sala São Paulo
Quanto: entrada gratuita (ingressos distribuídos uma hora antes)

CONCERTOS PAULÍNIA 2009
Quando: amanhã e dia 12/8, às 20h
Onde: Teatro Municipal de Paulínia (av. Prefeito José Lozano Araujo, 1551, Parque Brasil, tel. 0/xx/19/ 3933-2140)
Quanto: de R$ 100 a R$ 400




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