São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2011
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CRÍTICA ANIMAÇÃO Intenções moralizadoras e infidelidades ao original arruínam filme infantil ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A última moda dos estúdios americanos é levar às telas personagens de desenhos animados contracenando com atores reais. É o caso de longas recentes que retomam figuras como Scooby-Doo, Garfield e Zé Colmeia. Agora chegou a vez dos Smurfs, seres semelhantes a duendes, criados em 1958 pelo cartunista belga Pierre Culliford, conhecido como Peyo. Depois de fazer muito sucesso na Europa na versão em quadrinhos, os Smurfs ganharam o mundo nos anos 1980, quando foram adaptados por Hanna-Barbera em desenhos animados. Dirigidas a crianças com idades entre cinco e dez anos, as histórias dessas alegres e diminutas criaturas remetem a um ingênuo imaginário campestre. Elas vivem em uma aldeia na floresta, em casas em forma de cogumelos. A noção de comunidade lhes é essencial. O longa é bem pouco fiel a tais características. Para começar, a história acontece em Nova York, onde vão parar alguns Smurfs, como sempre liderados pelo Papai Smurf, durante uma perseguição empreendida por um tradicional rival, o bruxo trapalhão Gargamel (Hank Azaria) e seu gato, Azrael. Mas as infidelidades ao espírito da HQ e dos desenhos animados vão além. O filme introduz temas mais caros aos adultos, numa tentativa de ampliar seu público e fisgar os pais das crianças. Acossados, os Smurfs se refugiam na casa de Patrick e Grace Winslow (Neil Patrick Harris e Jayma Mays), que está grávida. Ele é um publicitário duplamente estressado, pois precisa salvar o emprego criando uma campanha brilhante em 24 horas e não se sente suficiente maduro para ser pai. Os Smurfs acabam ajudando a dissipar a tensão que reina no casal. No meio disso, o filme martela uma nauseabunda apologia do ideal americano de família, com lições de vida, discursos sobre a diferença, a necessidade de acreditar em si mesmo e outras platitudes risíveis. O viés lúdico das velhas histórias dos homenzinhos azuis acaba diluído em meio à avalanche moralizadora. Isto tem um terrível efeito duplo: desagrada pais e filhos. OS SMURFS PRODUÇÃO EUA, 2011 DIREÇÃO Colin Brady COM Hank Azaria, Katy Perry, Jonathan Winters ONDE nos cines Center Norte Cinemark, Eldorado Cinemark, Cine TAM e circuito CLASSIFICAÇÃO livre AVALIAÇÃO ruim Texto Anterior: Livro azul: Francês diz que Smurfs são fascistas Próximo Texto: Diva Inezita comemora seus 60 anos de carreira Índice | Comunicar Erros |
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