São Paulo, segunda, 7 de setembro de 1998

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"Ele é o meu Mickey Mouse", diz Lee

da Reportagem Local

Ao criar o Homem-Aranha, nos anos 60, Stan Lee, 75, redefiniu a forma de contar histórias de super-heróis e instituiu a novela nos quadrinhos. Hoje, Lee trabalha na divisão de filmes e animação da Marvel, em Los Angeles, nos EUA, de onde concedeu esta entrevista para a Folha, por telefone. Para ele, o Homem-Aranha é especial. "O Aranha é para mim o que o Mickey Mouse é para Walt Disney."
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Folha - O Homem-Aranha precisa mesmo de um relançamento?
Stan Lee - Não. Mas, se for feito por um bom escritor como John Byrne, eu fico satisfeito. Acho que ele irá torná-lo mais parecido com o que era quando eu o escrevi.
Folha - O que o Homem-Aranha significa para o sr.?
Lee - O Homem-Aranha é para mim o que o Mickey Mouse é para Walt Disney. Quando você pensa em Marvel, você pensa em Homem-Aranha.
Folha - Por que ele é tão popular entre os leitores?
Lee - Porque, exceto pelo fato de ter superpoderes, o Aranha é um cara normal, que poderia ser qualquer um. Ele não é maior do que a maioria das pessoas. Agora ele é casado, ele precisa se preocupar em conseguir dinheiro, não é à prova de balas, não pode voar. É facil para as pessoas simpatizarem com ele.
Folha - Como foi ver o person agem escrito por outros?
Lee - Foi duro. Eu gostaria de escrevê-lo para sempre, mas tinha que fazer outros trabalhos. A única coisa que eu ainda escrevo para o Aranha são as suas tiras, que são publicadas em 500 jornais de todo o mundo, desde 1977. Esta é a parte dele que eu reservei para mim.
Folha - Você tem mais histórias do Aranha para contar?
Lee - Eu gostaria de escrever, mas não posso. Gasto a maior parte do meu tempo trabalhando com os desenhos e filmes da Marvel.
Folha - Que erros editoriais foram cometidos com o personagem?
Lee - Eu acho que os escritores esqueceram da vida pessoal dele. Era uma cena de luta depois da outra. E, nos últimos tempos, as revistas são escritas de uma forma que as crianças têm dificuldade em lê- las. Presume-se que o leitor já sabe tudo a respeito do personagem. Acho que as coisas têm que ser simplificadas. O que tentávamos fazer no passado era escrever histórias que eram fáceis de ler e ainda assim inteligentes. Era difícil, mas nós tentamos.



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