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"Ele é o meu Mickey Mouse", diz Lee
da Reportagem Local
Ao criar o Homem-Aranha, nos
anos 60, Stan Lee, 75, redefiniu a
forma de contar histórias de super-heróis e instituiu a novela nos
quadrinhos. Hoje, Lee trabalha na
divisão de filmes e animação da
Marvel, em Los Angeles, nos EUA,
de onde concedeu esta entrevista
para a Folha, por telefone. Para ele,
o Homem-Aranha é especial. "O
Aranha é para mim o que o Mickey
Mouse é para Walt Disney."
²
Folha - O Homem-Aranha precisa
mesmo de um relançamento?
Stan Lee - Não. Mas, se for feito
por um bom escritor como John
Byrne, eu fico satisfeito. Acho que
ele irá torná-lo mais parecido com
o que era quando eu o escrevi.
Folha - O que o Homem-Aranha
significa para o sr.?
Lee - O Homem-Aranha é para
mim o que o Mickey Mouse é para
Walt Disney. Quando você pensa
em Marvel, você pensa em Homem-Aranha.
Folha - Por que ele é tão popular
entre os leitores?
Lee - Porque, exceto pelo fato de
ter superpoderes, o Aranha é um
cara normal, que poderia ser qualquer um. Ele não é maior do que a
maioria das pessoas. Agora ele é
casado, ele precisa
se preocupar em
conseguir dinheiro, não é à prova de
balas, não pode
voar. É facil para as
pessoas simpatizarem com ele.
Folha - Como foi
ver o person agem
escrito por outros?
Lee - Foi duro. Eu
gostaria de escrevê-lo para sempre,
mas tinha que fazer
outros trabalhos. A
única coisa que eu
ainda escrevo para
o Aranha são as
suas tiras, que são
publicadas em 500
jornais de todo o
mundo, desde
1977. Esta é a parte
dele que eu reservei
para mim.
Folha - Você tem mais histórias
do Aranha para contar?
Lee - Eu gostaria de escrever, mas
não posso. Gasto a maior parte do
meu tempo trabalhando com os
desenhos e filmes da Marvel.
Folha - Que erros editoriais foram cometidos com o personagem?
Lee - Eu acho que os escritores
esqueceram da vida pessoal dele.
Era uma cena de luta depois da outra. E, nos últimos tempos, as revistas são escritas de uma forma
que as crianças têm dificuldade em
lê- las. Presume-se que o leitor já
sabe tudo a respeito do personagem. Acho que as coisas têm que
ser simplificadas. O que tentávamos fazer no passado era escrever
histórias que eram fáceis de ler e
ainda assim inteligentes. Era difícil, mas nós tentamos.
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