São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2000

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DANÇA
Edição deste ano do festival traz 34 participantes de países como Portugal, Cabo Verde, Alemanha e grupos nacionais
Panorama do Rio apresenta Maguy Marin

CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO

Tendo a coreógrafa francesa Maguy Marin como atração principal, o 9º Panorama RioArte de Dança vai praticamente dobrar de tamanho este ano. Pula de 18 para 34 companhias e coreógrafos. O orçamento também dobrou. Chega a R$ 800 mil. "É um salto enorme", disse a coreógrafa Lia Rodrigues, diretora do festival, que vai de 17 a 29 deste mês.
Pela primeira vez, o Panorama vai apresentar grupos portugueses e africanos. De Portugal, vêm as companhias de Vera Mantero, Miguel Pereira, Lilia Mestre e Mônica Lapa. De Cabo Verde, a de Tony Tavares. "É uma forma de reconstruir, de modo artístico, o triângulo África, Brasil e Portugal, que já foi uma rota cruel da nossa história", disse Lia, referindo-se ao tráfico negreiro.
"A coisa mais bacana é a diversidade. Não restringimos a uma temática. O Panorama, pelo próprio nome, tem a função de mostrar o que de melhor acontece na dança contemporânea."
A noite de abertura será com o espetáculo "Affects", do alemão Tom Plischke. O elenco de atrações internacionais conta também com os espetáculos "Self-Unfinished", do francês radicado na Alemanha Xavier Le Roy, "Sofá", da argentina Mariana Bellotto, e "Raw Footage", de Gary Lund, Giovanno Luquini e Paulo Manso de Souza, de Miami.
O destaque, no entanto, é a companhia de Maguy Marin, que vai apresentar dois espetáculos: "May B" e "Quoi Qu'il en Soit". "É um sonho realizado. Há 18 anos eu queria trazer a Maguy para o Rio. Nós últimos três anos, intensifiquei os pedidos, apelando para o caráter de "missão humanitária", uma vez que os cachês do Panorama são baixos", contou Lia, bailarina da companhia entre 1980 e 1982, na França.
Em todas as suas edições, o Panorama nunca foi bancado por empresas, mas pela Prefeitura do Rio, por meio da RioArte, e por outras instituições como a Funarte, o Instituto Goethe e o Consulado da França no Rio. Neste ano, recebeu, pela primeira vez, recursos do Fundo Nacional de Apoio à Cultura, do Ministério da Cultura. Foram R$ 60 mil.
Além do teatro Carlos Gomes, a edição deste ano ocupará o teatro Cacilda Becker com uma mostra de nove jovens coreógrafos cariocas e a apresentação da Cia. Étnica de Dança e Teatro, de Carmen Luz, que desenvolve trabalho com moradores do morro do Andaraí, na zona norte do Rio.
Na calçada do Carlos Gomes, também haverá outra novidade: uma performance de rua de Andrea Jabor. Ela faz parte da seção Panorama Paraíso, que terá ainda espetáculos de Denise Stutz e Michel Groisman.
A representação nacional, dentro do carro-chefe da mostra, contará com 11 companhias de cinco cidades: sete do Rio, uma de São Paulo, uma de Belo Horizonte, uma de Recife e outra de Caxias do Sul.



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