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DANÇA
Edição deste ano do festival traz 34 participantes de países como Portugal, Cabo Verde, Alemanha e grupos nacionais
Panorama do Rio apresenta Maguy Marin
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
Tendo a coreógrafa francesa
Maguy Marin como atração principal, o 9º Panorama RioArte de
Dança vai praticamente dobrar de
tamanho este ano. Pula de 18 para
34 companhias e coreógrafos. O
orçamento também dobrou. Chega a R$ 800 mil. "É um salto enorme", disse a coreógrafa Lia Rodrigues, diretora do festival, que vai
de 17 a 29 deste mês.
Pela primeira vez, o Panorama
vai apresentar grupos portugueses e africanos. De Portugal, vêm
as companhias de Vera Mantero,
Miguel Pereira, Lilia Mestre e Mônica Lapa. De Cabo Verde, a de
Tony Tavares. "É uma forma de
reconstruir, de modo artístico, o
triângulo África, Brasil e Portugal,
que já foi uma rota cruel da nossa
história", disse Lia, referindo-se
ao tráfico negreiro.
"A coisa mais bacana é a diversidade. Não restringimos a uma temática. O Panorama, pelo próprio nome, tem a função de mostrar o que de melhor acontece na
dança contemporânea."
A noite de abertura será com o
espetáculo "Affects", do alemão
Tom Plischke. O elenco de atrações internacionais conta também com os espetáculos "Self-Unfinished", do francês radicado
na Alemanha Xavier Le Roy, "Sofá", da argentina Mariana Bellotto, e "Raw Footage", de Gary
Lund, Giovanno Luquini e Paulo
Manso de Souza, de Miami.
O destaque, no entanto, é a
companhia de Maguy Marin, que
vai apresentar dois espetáculos:
"May B" e "Quoi Qu'il en Soit". "É
um sonho realizado. Há 18 anos
eu queria trazer a Maguy para o
Rio. Nós últimos três anos, intensifiquei os pedidos, apelando para
o caráter de "missão humanitária",
uma vez que os cachês do Panorama são baixos", contou Lia, bailarina da companhia entre 1980 e
1982, na França.
Em todas as suas edições, o Panorama nunca foi bancado por
empresas, mas pela Prefeitura do
Rio, por meio da RioArte, e por
outras instituições como a Funarte, o Instituto Goethe e o Consulado da França no Rio. Neste ano,
recebeu, pela primeira vez, recursos do Fundo Nacional de Apoio à
Cultura, do Ministério da Cultura.
Foram R$ 60 mil.
Além do teatro Carlos Gomes, a
edição deste ano ocupará o teatro
Cacilda Becker com uma mostra
de nove jovens coreógrafos cariocas e a apresentação da Cia. Étnica
de Dança e Teatro, de Carmen
Luz, que desenvolve trabalho com
moradores do morro do Andaraí,
na zona norte do Rio.
Na calçada do Carlos Gomes,
também haverá outra novidade:
uma performance de rua de Andrea Jabor. Ela faz parte da seção
Panorama Paraíso, que terá ainda
espetáculos de Denise Stutz e Michel Groisman.
A representação nacional, dentro do carro-chefe da mostra,
contará com 11 companhias de
cinco cidades: sete do Rio, uma de
São Paulo, uma de Belo Horizonte, uma de Recife e outra de Caxias do Sul.
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