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"Bienais devem se diferenciar", diz curador
DA REPORTAGEM LOCAL
A crítica de Rosalind Krauss
às feiras não é isolada. "A temporalidade apressada de uma
feira de arte é fato incompatível
com o tempo estendido que
muitas obras requerem para
comunicar seus significados.
Daí a necessidade de as Bienais
reafirmarem sua diferença
diante das feiras, propiciando
um encontro com a arte de uma
ordem distinta", defende Moacir dos Anjos, curador da 29ª
Bienal de São Paulo.
Já para Adriano Pedrosa, curador do 31º Panorama da Arte
Brasileira, no MAM-SP, "as feiras de arte servem mais ao especialista -o curador, o crítico,
o colecionador, que têm um
olhar afiado e seletivo, e podem
de fato confundir o grande público com a enorme quantidade
de informações desencontradas, uma grande cacofonia".
Mas, ressalta Pedrosa, "não
devemos esquecer a principal
função da feira: o comércio da
arte. Nesse sentido, ela não é
uma fraude. A função expositiva é desempenhada pela galeria, pelo museu, pela Bienal".
Fernanda Feitosa, diretora
da SP Arte, defende o papel das
feiras: "As feiras de arte são um
veículo importantíssimo de
promoção de contato e diálogo
de um grande público com um
também grande número de galerias e artistas -ao mesmo
tempo e num mesmo local. Ao
promover esse encontro em
maior escala, a feira cria uma
oportunidade para o visitante
ter contato com a produção artística do mundo todo".
Para uma das organizadoras
do simpósio, Daniela Bousso,
"as feiras não focam a reflexão
sobre a produção artística e
seus procedimentos. São, porém, muito importantes para a
difusão e ampliação do circuito
das artes e sua circulação; cumprem um papel relevante dentro de um dado sistema econômico".
(FC)
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