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'Banda de poetas' lança CD 'zoológico'
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local
A "banda de poetas" Boato, radicada no Rio, lança seu álbum de estréia, "Abracadabra", ancorada na
repercussão obtida pelos parceiros
e amigos Pedro Luís e A Parede.
A definição de "banda de poetas"
é de Rodrigo Cabelo, 31, vocalista e
guitarrista do Boato, antes conhecido como artista plástico. "A poesia me governa e se manifesta de
várias maneiras, seja musicalmente, ou nas artes plásticas", define.
Entre os outros oito membros do
grupo, a diversidade se manifesta.
"Beto, vocalista e percussionista, já
mexeu com artes plásticas. Dado, o
tecladista, é ator. Brasil é da Sinfônica Brasileira. Já fizemos teatro",
enumera Cabelo, aceitando para o
Boato o rótulo de "multimídia".
A diversidade vaza para o estilo
musical. "Em comum, todos têm o
fato de gostarem de reggae, rock,
xote e funk. Não há preocupação
formal exagerada, nos amparamos
mais na linguagem. É saudável a
coisa dos três acordes do rock."
O Boato, segundo o capixaba Cabelo, seria "uma espécie de arca de
Noé musical". Talvez por isso, animais são recorrentes: uma cabra
na capa, minhocas "com cérebro"
reprocessadoras dos dejetos da sociedade em "Berro da Cabra", vacas e baleias desfilam pelas faixas.
No encarte do CD, os músicos
usam, como chapéus, polvos. Cabelo admite contato com seu trabalho performático em artes plásticas. "Tem a ver com o surrealismo. O polvo emerge das profundidades do inconsciente. Os tentáculos representam a união das tribos", diz ele. O Boato está lançado.
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