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Atriz de "Weeds" defende maconha legal
Mary-Louise Parker, que vive traficante na série de televisão, diz que é contra a proibição por causa dos filhos
Americana, que afirma odiar armas de fogo, estreia filme de ação com Bruce Willis na sexta-feira no Brasil
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Mary-Louise Parker, 46,
célebre por interpretar a traficante de drogas protagonista
da série "Weeds", nunca fumou maconha, odeia armas
de fogo e recusa trabalhos
para ficar com os dois filhos.
Em seu filme mais recente,
"Red: Aposentados e Perigosos", que tem estreia prevista
para a próxima sexta-feira no
Brasil, sua personagem se
envolve com muitos criminosos armados, mas não chega
a ser violenta.
A atriz não esconde o choque por ter percebido que os
produtores adicionaram
uma arma à sua mão na foto
que ilustra o cartaz. "Fiquei
surpresa, não acho necessário", afirma em entrevista à
Folha.
Ela só não ficou mais incomodada, diz, porque a imagem acrescentada na pós-produção é de uma pistola,
não de uma "metralhadora
enorme, para os meus filhos
verem no metrô".
Então por que fazer um filme em que quase todos os
outros personagens atiram?
Primeiro, para contracenar
com Bruce Willis, seu par
romântico.
Segundo, porque "não é
tão violento. Armas estão no
mundo e há algum tipo de
arma na maioria dos filmes.
Se eu fosse fazer algum filme
de ação, esse seria perfeito."
A adaptação dos quadrinhos de Warren Ellis suavizou a violência da obra original e adicionou ao elenco
nomes como Helen Mirren,
Morgan Freeman e John
Malkovich.
"É tudo bem definido, há
os bons e os maus, quase como em um conto de fadas. É
até difícil projetar uma certa
realidade no filme", explica
Parker.
DESCONFORTO
Sobre o fato de a sua personagem em "Weeds" traficar
drogas, ela diz que seu filho
perguntou recentemente:
"Por que ela está fugindo da
polícia? Por que o seu nariz
está sangrando?".
"Explico para ele: "Ela vende drogas. Há coisas que os
adultos fazem, às vezes, que
mudam a maneira como se
sentem. Algumas os fazem
sentir bobos, outras os deixam doentes e algumas são
contra a lei"."
"Eu não aceitaria nenhum
trabalho que me deixasse
muito desconfortável, sobre
o qual não pudesse conversar com eles", conclui, referindo-se a William Atticus, 6,
e Caroline Aberash, 3, adotada na Etiópia.
LEGALIZAÇÃO
Parker, que diz nunca ter
experimentado maconha
-"Só um pirulito, quando
estava muito enjoada, mas
não fez efeito"-, é a favor da
legalização da droga.
Em plebiscito na semana
passada, os eleitores da Califórnia rejeitaram proposta
para liberar o uso recreativo
da maconha no Estado, onde
a droga pode ser usada para
fins terapêuticos desde 1996.
"Para mim, você pode fazer um estrago incrível em
um carro com dois drinques.
É mais fácil policiar algo como a maconha, fazê-la mais
segura e limpa, do que falar
para as pessoas beberem
um só drinque."
"Tenho filhos, qualquer
coisa que é contravenção,
que é proibida, é mais
sexy. Eu prefiro que a maconha seja menos sexy e
mais disponível."
A atriz, que começa a filmar a sétima temporada
de "Weeds" no ano que
vem (leia mais ao lado),
não descarta que 2011 veja
o fim do seriado que lhe
deu um Globo de Ouro.
"Não achei que chegaria
tão longe. Se tiver mais
uma temporada [depois da
sétima], é claro que faria,
mas séries em geral não
têm mais do que sete anos,
então não sei como vai
ser", afirma.
Com ou sem "Weeds", o
único projeto de Parker é
"ser mãe". "Quando encontrar um trabalho que
não me tire deles ou não os
tire da escola, o farei. Agora, quero ficar com eles."
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