São Paulo, domingo, 07 de novembro de 2010

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Atriz de "Weeds" defende maconha legal

Mary-Louise Parker, que vive traficante na série de televisão, diz que é contra a proibição por causa dos filhos

Americana, que afirma odiar armas de fogo, estreia filme de ação com Bruce Willis na sexta-feira no Brasil

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Mary-Louise Parker, 46, célebre por interpretar a traficante de drogas protagonista da série "Weeds", nunca fumou maconha, odeia armas de fogo e recusa trabalhos para ficar com os dois filhos.
Em seu filme mais recente, "Red: Aposentados e Perigosos", que tem estreia prevista para a próxima sexta-feira no Brasil, sua personagem se envolve com muitos criminosos armados, mas não chega a ser violenta.
A atriz não esconde o choque por ter percebido que os produtores adicionaram uma arma à sua mão na foto que ilustra o cartaz. "Fiquei surpresa, não acho necessário", afirma em entrevista à Folha.
Ela só não ficou mais incomodada, diz, porque a imagem acrescentada na pós-produção é de uma pistola, não de uma "metralhadora enorme, para os meus filhos verem no metrô".
Então por que fazer um filme em que quase todos os outros personagens atiram? Primeiro, para contracenar com Bruce Willis, seu par romântico.
Segundo, porque "não é tão violento. Armas estão no mundo e há algum tipo de arma na maioria dos filmes. Se eu fosse fazer algum filme de ação, esse seria perfeito."
A adaptação dos quadrinhos de Warren Ellis suavizou a violência da obra original e adicionou ao elenco nomes como Helen Mirren, Morgan Freeman e John Malkovich.
"É tudo bem definido, há os bons e os maus, quase como em um conto de fadas. É até difícil projetar uma certa realidade no filme", explica Parker.

DESCONFORTO
Sobre o fato de a sua personagem em "Weeds" traficar drogas, ela diz que seu filho perguntou recentemente: "Por que ela está fugindo da polícia? Por que o seu nariz está sangrando?".
"Explico para ele: "Ela vende drogas. Há coisas que os adultos fazem, às vezes, que mudam a maneira como se sentem. Algumas os fazem sentir bobos, outras os deixam doentes e algumas são contra a lei"."
"Eu não aceitaria nenhum trabalho que me deixasse muito desconfortável, sobre o qual não pudesse conversar com eles", conclui, referindo-se a William Atticus, 6, e Caroline Aberash, 3, adotada na Etiópia.

LEGALIZAÇÃO
Parker, que diz nunca ter experimentado maconha -"Só um pirulito, quando estava muito enjoada, mas não fez efeito"-, é a favor da legalização da droga.
Em plebiscito na semana passada, os eleitores da Califórnia rejeitaram proposta para liberar o uso recreativo da maconha no Estado, onde a droga pode ser usada para fins terapêuticos desde 1996.
"Para mim, você pode fazer um estrago incrível em um carro com dois drinques. É mais fácil policiar algo como a maconha, fazê-la mais segura e limpa, do que falar para as pessoas beberem um só drinque."
"Tenho filhos, qualquer coisa que é contravenção, que é proibida, é mais sexy. Eu prefiro que a maconha seja menos sexy e mais disponível."
A atriz, que começa a filmar a sétima temporada de "Weeds" no ano que vem (leia mais ao lado), não descarta que 2011 veja o fim do seriado que lhe deu um Globo de Ouro.
"Não achei que chegaria tão longe. Se tiver mais uma temporada [depois da sétima], é claro que faria, mas séries em geral não têm mais do que sete anos, então não sei como vai ser", afirma.
Com ou sem "Weeds", o único projeto de Parker é "ser mãe". "Quando encontrar um trabalho que não me tire deles ou não os tire da escola, o farei. Agora, quero ficar com eles."


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