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Papado se dividiu entre Roma e Avignon
da Reportagem Local
Durante boa parte do século 14 o
papado ficou dividido entre sua sede original em Roma e a cidade
fortificada francesa de Avignon.
A divisão surgiu com as pressões
e ofensas mútuas entre coroa francesa (que condenava o papa Bonifácio 8º por heresia e sodomia) e
papado (que condenava a política
de cobrança de impostos promovida pela França).
As desavenças culminaram com
um cerco ao papa Bonifácio 8º na
cidade de Anagni (Itália), que desafiou as tropas francesas a matá-lo. Mas os franceses voltaram atrás
e acabaram sendo expulsos da cidade.
A tensão entre os dois poderes
continuou e culminou com a eleição, em 1305, do arcebispo de Bordeaux, Bertrand de Got, como papa Clemente 5º (1305-1314), que
decidiu transferir o papado para
Avignon.
Seu mandato se caracterizou pelo nepotismo (nomeou cinco
membros de sua família como cardeais) e pelo gosto pelas cruzadas,
que só não foram adiante devido à
guerra entre França e Inglaterra, à
caótica política italiana e à peste
negra.
O século 14 foi marcado ainda
pela crescente desvinculação do
poder do Estado do poder eclesiástico, que acabou gerando mútuas
trocas de insultos, ameaças e punições. O exílio em Avignon terminou com a eleição de Gregório 11º
(1370-1378), que resolveu voltar a
Roma.
Mas os problemas voltaram com
o papa seguinte, Urbano 6º, que,
logo depois de eleito, foi declarado
paranóico e repudiado pelos cardeais, que elegeram Clemente 7º,
que, por sua vez, se transferiu com
a cúria para Avignon.
Urbano não aceitou a deposição
e foi apoiado por santa Catarina de
Siena. Clemente teve apoio de são
Vicente Ferrar. A cristandade foi
dividida em duas e assim permaneceu por 39 anos.
Em 1409, desiludidos com ambas
as lideranças, os cardeais convocaram novo concílio, em Pisa (Itália),
e depuseram o papa romano Gregório 12º e Benedito 13º, de Avignon, e elegeram Alexandre 5º.
Nenhum dos dois, porém, aceitou a deposição, e a igreja passou a
ter três papas.
Em 1415, o concílio de Constance
entrou em consenso e elegeu novamente um único papa, romano,
Martinho 5º, depois de depor ou
forçar a abdicação dos papas.
(CF)
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