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Tribunal de Justiça mantém "Casa dos Artistas" no ar e SBT ataca Globo
DA REDAÇÃO
A 5ª Câmara de Direito Privado
do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu ontem manter no ar o
programa "Casa dos Artistas", do
SBT, em julgamento de agravo regimental impetrado pela Endemol contra decisão do desembargador Marcus Andrade, que no
último sábado cassou liminar,
concedida na véspera por juiz de
Osasco, determinando a suspensão da exibição do "reality show".
Foi a segunda vez que a câmara
analisou o assunto. A primeira,
em novembro, foi de uma liminar
obtida pela Globo contra o SBT.
Dessa vez, é a Endemol que acusa
a Intermídia (que registrou o "roteiro" de "Casa dos Artistas") de
plagiar "Big Brother", do qual detém os direitos autorais, vendidos
para a Globo em agosto.
No julgamento, dois desembargadores (Marcus Andrade e Rodrigues de Carvalho) votaram a
favor do SBT. Boris Kauffmann
votou contra. Para Andrade, "Casa dos Artistas" não é plágio porque apenas copiou a "idéia central" de "Big Brother" (o confinamento de pessoas em casa monitorada por câmeras), o que não é
protegido pela legislação brasileira. Andrade sustenta que só haveria plágio se houvesse roteiro, e
"reality shows" não os possuem.
Em nota oficial, o SBT voltou a
atacar a Globo. Diz que negociou
com a Endemol, no ano passado,
a produção de "Big Brother", mas
que desistiu porque a produtora
queria uma associação, o que seria afronta à Constituição, que veta capital estrangeiro em mídia.
"A Endemol conseguiu se associar à Globo, já que seu interesse
era entrar no Brasil. (...) Será que
se deve a essa associação o súbito
entusiasmo da TV Globo pela
emenda constitucional que permite a participação de empresas
estrangeiras na televisão brasileira?", indaga o comunicado. Na
verdade, Globo e Endemol criaram uma terceira empresa, para
produção de programas de TV.
Diz ainda o comunicado que o
"SBT considera a paternidade da
Endemol sobre a idéia de "Big
Brother" uma ficção". Refere-se a
programas semelhantes a "Big
Brother" produzidos anteriormente por TVs dos EUA e ao livro
"1984", de George Orwell, sobre
uma sociedade controlada por
um Estado por meio de câmeras.
A assessoria da Globo informou
que a emissora não vai se pronunciar sobre o assunto. O departamento jurídico da rede estuda novos recursos.
(DANIEL CASTRO)
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