São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2004

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Compositor era "nacionalista"

IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nos livros de história da música, o cearense Alberto Nepomuceno costuma aparecer como o grande precursor da corrente estética que se tornaria hegemônica no Brasil na primeira metade do século 20: o nacionalismo.
Nacionalista, mas não xenófobo. Embora defendesse que "não tem pátria o povo que não canta na sua língua", Nepomuceno era um cosmopolita que estudou em Roma, Berlim (tendo regido a filarmônica local) e Viena. Traduziu para o português o "Tratado de Harmonia", de Arnold Schönberg, e conheceu pessoalmente Mahler, Debussy e Grieg.
Datada de 1893, a "Sonata em Fá Menor opus 9" foi estreada no Rio, dois anos depois, pelo autor, mas escrita em Berlim, quando estudava ali. Sem utilizar temas de caráter folclorizante, pertence a um período anterior ao nacionalismo do compositor e apresenta certa semelhança com o piano de Brahms, o que não chega a ser surpresa, já que Nepomuceno foi aluno de composição de Heinrich von Herzgenberg, grande amigo do autor alemão.


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