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Compositor era "nacionalista"
IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nos livros de história da música,
o cearense Alberto Nepomuceno
costuma aparecer como o grande
precursor da corrente estética que
se tornaria hegemônica no Brasil
na primeira metade do século 20:
o nacionalismo.
Nacionalista, mas não xenófobo. Embora defendesse que "não
tem pátria o povo que não canta
na sua língua", Nepomuceno era
um cosmopolita que estudou em
Roma, Berlim (tendo regido a filarmônica local) e Viena. Traduziu para o português o "Tratado
de Harmonia", de Arnold Schönberg, e conheceu pessoalmente
Mahler, Debussy e Grieg.
Datada de 1893, a "Sonata em Fá
Menor opus 9" foi estreada no
Rio, dois anos depois, pelo autor,
mas escrita em Berlim, quando
estudava ali. Sem utilizar temas de
caráter folclorizante, pertence a
um período anterior ao nacionalismo do compositor e apresenta
certa semelhança com o piano de
Brahms, o que não chega a ser
surpresa, já que Nepomuceno foi
aluno de composição de Heinrich
von Herzgenberg, grande amigo
do autor alemão.
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