Evento discutirá temas como políticas culturais e formação de quadros profissionais

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tida como paradigma de excelência entre as sinfônicas brasileiras, a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) quer conhecer suas coirmãs. Com participação do ministro da Cultura, Gilberto Gil; do vice-governador do Rio de Janeiro, Luís Paulo Conde; e de seu diretor artístico, John Neschling, ela promove, de amanhã a domingo, no salão nobre da Sala São Paulo, o 1º Encontro/Seminário Osesp de Orquestras Sinfônicas.
O evento tem abertura amanhã, às 9h, e será composto por quatro painéis abertos ao público, com entrada franca. Denominado "Orquestra e Política Cultural", o primeiro deles terá como expositores o ministro Gil e Marcelo Lopes, diretor-executivo da Fundação Osesp, e visa discutir a relação entre sinfônicas profissionais e o setor público, abordando questões sobre financiamento público, leis de incentivo e o papel do Estado no fomento às orquestras profissionais.
Ainda no dia de amanhã, o segundo fala da relação das orquestras com o patrocínio privado, tendo como expositores Marcos Caetano, diretor de pessoas e comunicação do Unibanco, e Carlos Harasawa, diretor de marketing da Osesp.
O sábado começa com o painel "A Orquestra como Usina Indutora de Trabalho e Consumo", que tem como tema as estratégias para a renovação das platéias e formação de novos quadros profissionais, bem como a ampliação do mercado de trabalho e de consumo de produtos culturais. Seus expositores são o maestro Neschling e José Roberto Walker, diretor da Rádio Cultura FM, com mediação de João Batista Natali, jornalista da Folha.
Ao lado do maestro José Maria Florêncio, Neschling é também o expositor, no mesmo dia, do painel "Direção Artística e Programação", que discute os conceitos para a elaboração das temporadas sinfônicas, com itens como escolha de repertório e inclusão de obras brasileiras e de música contemporânea.

Aniversário tardio
O encontro de orquestras é um evento comemorativo de um ano de Fundação Osesp. "Na verdade, a data exata de aniversário do nosso contrato de gestão é 1º de novembro, mas, como naquela época a orquestra estava em turnê pelos EUA, deixamos o festejo para agora", diz o diretor-executivo Marcelo Lopes.
De acordo com Lopes, a idéia do seminário é ser um fórum de troca de experiências. "A Osesp é uma forma de organização; não é a única, nem queremos dizer que seja a melhor. Queremos conhecer as demandas das outras orquestras, bem como nos aproximar delas", diz.
Além dos painéis, o encontro terá sete grupos de trabalho, coordenados por membros da Fundação Osesp, falando de assuntos como direitos autorais, projetos educacionais e relações trabalhistas. A participação nestes, contudo, dependia de inscrição prévia, cujo prazo foi encerrado em 6 de outubro.
O encerramento está marcado para domingo, dia 10, com a apresentação dos documentos e propostas produzidos pelos grupos de trabalho. O material deve ser publicado futuramente, na forma de um pequeno manual para uso das orquestras brasileiras.


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