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Com gritos de "lindo", choro e desmaio, show tem sermões em clima celestial
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OLINDA
A sete horas do início do
show, uma fila começou a se
formar do lado de fora da maior
casa de espetáculos de Pernambuco, o Chevrolet Hall. Na calçada, as fãs não eram tão jovens
assim. Mulheres maduras eram
maioria. A atração também não
era nenhum ídolo da música
pop. Todas queriam ver o padre-cantor Fábio de Melo.
O show de 29 de novembro,
em Olinda, era parte da turnê
do CD "Vida", que passou por
15 cidades do Brasil.
Os portões foram abertos às
18h30, quando a fila já se estendia por 300 m. Padre Fábio, que
chegou meia hora antes do
show, entrou pelos fundos, enquanto a dupla paraibana Francisco e Rosa Maria cantava para
distrair a já ansiosa platéia de
10 mil pessoas.
No camarim, o artista concedeu entrevistas, tirou fotos e
autografou CDs. Numa mesa,
estavam à sua disposição salgadinhos, pão integral, frutas, sucos, bombons e bolo Pullman
sabores laranja e chocolate.
Fábio de Melo entrou no palco às 21h15. Usava um blazer
preto aberto, calça jeans e camisa branca. Bem penteado,
sem maquiagem, foi recebido
com gritos de "lindo". Ele sorriu e acenou para a multidão.
A fumaça e as luzes sobre ele
ajudavam a criar um clima quase celestial. Nas músicas mais
emotivas, como "Humano Demais" e "Filho do Céu", houve
choro na platéia. Uma mulher
desmaiou e foi socorrida.
Erguei os celulares
Entre uma e outra canção, o
padre fez pequenos sermões.
Som de piano ao fundo, contou
histórias de união, perseverança e fé. Depois, pediu luz aos
fiéis: a platéia ergueu os celulares com os displays acesos.
O repertório, quase todo formado por baladas, poderia ser
chamado de romântico se não
fosse religioso. Fábio de Melo
parecia o Fábio Júnior. Além de
cantar o hit "Pai", ele agradeceu
os pernambucanos com um
"obrigado, Recifêê".
Com pedidos de "mais um",
padre Fábio cantou mais cinco.
Atacou de forró equanto trenzinhos circularam entre as mesas. Saltitando no palco, o artista ainda pediu duas vezes à platéia: "Tira o pé do chão". O público, que pagou entre R$ 15
(meia-entrada) e R$ 600 (camarote), obedeceu.
A renda do show não foi divulgada. No local, foram vendidos CDs, livros e camisetas do
religioso. E foi distribuída ao
público a oração para a cura da
depressão.
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