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EXPOSIÇÃO
Painéis de fotos e documentos relatam repressão a Testemunhas de Jeová
Perseguição de nazistas a religiosos é tema de mostra
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Abriu ontem, em Santos, e vai
correr o país uma mostra que pretende lembrar, por meio de fotografias e documentos de época,
um dos mais desconhecidos grupos perseguidos pelo nazismo: as
Testemunhas de Jeová.
Os 60 painéis, com 360 fotos e
cem documentos, da exposição
"Triângulos Roxos - As Vítimas
Esquecidas do Nazismo" relatam
em ordem cronológica o drama
desses religiosos desde a ascensão
do ditador Adolf Hitler, em 1933,
até o fim da Segunda Guerra
Mundial, em 1945.
Os triângulos roxos nos uniformes identificavam os prisioneiros
Testemunhas de Jeová nos campos de concentração, de forma
análoga aos adereços cor-de-rosa
(homossexuais), vermelhos (comunistas e socialistas) e a estrela
de Davi (judeus).
Um dos motivos para a perseguição às Testemunhas era o fato
de eles rejeitarem a saudação "heil
Hitler" (ave, Hitler). Para os religiosos, o único salvador a ser hon-rado era Jesus Cristo.
As Testemunhas de Jeová surgiram como movimento religioso
em 1872 nos EUA, pregando fidelidade ao texto bíblico e rejeição
ao catolicismo e ao protestantismo. Hoje, estimam ter 6 milhões
de adeptos em todo o mundo
-540 mil no Brasil.
Durante o regime nazista na
Alemanha, as Testemunhas alemãs podiam deixar os campos de
concentração se assinassem um
documento, apresentado na mostra, no qual renunciavam à própria fé. Isso levou boa parte da
historiografia do período a qualificá-los de ""vítimas por opção".
"O objetivo da exposição é trazer atenção à história de uma minoria que teve a opção de escapar
e não escapou por ser fiel aos seus
princípios", afirma Pedro Catardo, Testemunha de Jeová e um
dos coordenadores da mostra.
Dos 25 mil integrantes do movimento que moravam na Alemanha à época de Hitler, 10 mil foram presos. Desses, 2.000 morreram nos campos. Além das fotos e
documentos, a exposição, que está no Clube Internacional de Regatas (tel. 0/xx/13/3261-5711),
apresenta uma réplica de um forno crematório usado nos campos
de extermínio.
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