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Arthur Lavigne afirmou ontem que a cantora contou para um dos médicos que consumiu um grama da droga
Cássia admitiu uso de cocaína, diz advogado
FERNANDA DA ESCÓSSIA
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
MAURÍCIO THUSWOHL
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O advogado das percussionistas
Lan Lan e Tamima Brasil, Arthur
Lavigne, disse ontem que a cantora Cássia Eller admitiu ter consumido cocaína durante conversa
com um dos médicos que a socorreu na clínica Santa Maria.
De acordo com Lavigne, após
ter sido reanimada da primeira
das três paradas cardíacas que sofreu, Cássia contou ao médico ter
cheirado cerca de um grama de
cocaína. O advogado disse não saber qual dos médicos teria sido informado pela cantora sobre o uso
de cocaína. A declaração dele é
inédita. Desde a morte de Cássia,
em 29 de dezembro, nem a família
nem os advogados e nem os amigos admitiam que ela pode ter se
drogado antes de morrer.
Ontem, a polícia interrogou
quatro médicos que atenderam
Cássia. Dois deles contaram ter
ouvido de Lan Lan e Tamima que
a cantora consumira álcool desde
a véspera e que também pode ter
cheirado cocaína.
Os médicos disseram que a cantora chegou à clínica com uma flebite (inflamação de vasos sanguíneos) no braço esquerdo, um hematoma na testa e um machucado na perna esquerda.
Foram as percussionistas que
levaram Cássia ao hospital, depois de receber, na manhã do dia
29, um telefonema em que ela dizia estar passando mal. A cantora
morreu às 19h daquele dia.
Segundo os depoimentos dos
cardiologistas Jorge Francisco
Castro y Perez e Marcus Vinicius
Gondomar de Oliveira, as informações sobre o comportamento
de Cássia foram dadas pelas percussionistas enquanto a cantora
era atendida.
"Elas disseram que Cássia teria
ingerido bebida alcoólica desde a
véspera e achavam que ela tinha
inalado cocaína", disse o delegado
Antônio Carlos Calazans, sobre
os depoimentos de Perez e Oliveira, prestados na 10ª DP entre a
noite de domingo e a madrugada
de ontem.
De acordo com o delegado, os
médicos contaram que Cássia
chegou à clínica bastante agitada e
desorientada. Eles também relataram que ela não quis ser medicada, tentou deixar a clínica e teve
de ser buscada do lado de fora pelo médico Marcelo Heringer.
Os médicos Mário e Gedalias
Heringer, diretores da Santa Maria, e três funcionários da clínica
também prestaram depoimentos.
Mário Heringer disse que ficou
o tempo todo com parentes da
cantora. "Eles comentaram que
ela já usara cocaína, mas havia parado", afirmou o médico.
Exames
O IML solicitou o prontuário
hospitalar de Cássia, com as informações sobre o estado em que
chegou à clínica e os medicamentos que tomou. Os dados do prontuário vão ajudar os peritos a, na
análise toxicológica, diferenciar o
que era medicamento e o que teria sido ingerido pela cantora antes da internação.
Segundo a Polícia Civil, os medicamentos dados à cantora não
vão interferir no resultado final
do laudo toxicológico.
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