São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2002

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Arthur Lavigne afirmou ontem que a cantora contou para um dos médicos que consumiu um grama da droga

Cássia admitiu uso de cocaína, diz advogado

FERNANDA DA ESCÓSSIA
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO

MAURÍCIO THUSWOHL
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O advogado das percussionistas Lan Lan e Tamima Brasil, Arthur Lavigne, disse ontem que a cantora Cássia Eller admitiu ter consumido cocaína durante conversa com um dos médicos que a socorreu na clínica Santa Maria.
De acordo com Lavigne, após ter sido reanimada da primeira das três paradas cardíacas que sofreu, Cássia contou ao médico ter cheirado cerca de um grama de cocaína. O advogado disse não saber qual dos médicos teria sido informado pela cantora sobre o uso de cocaína. A declaração dele é inédita. Desde a morte de Cássia, em 29 de dezembro, nem a família nem os advogados e nem os amigos admitiam que ela pode ter se drogado antes de morrer.
Ontem, a polícia interrogou quatro médicos que atenderam Cássia. Dois deles contaram ter ouvido de Lan Lan e Tamima que a cantora consumira álcool desde a véspera e que também pode ter cheirado cocaína.
Os médicos disseram que a cantora chegou à clínica com uma flebite (inflamação de vasos sanguíneos) no braço esquerdo, um hematoma na testa e um machucado na perna esquerda.
Foram as percussionistas que levaram Cássia ao hospital, depois de receber, na manhã do dia 29, um telefonema em que ela dizia estar passando mal. A cantora morreu às 19h daquele dia.
Segundo os depoimentos dos cardiologistas Jorge Francisco Castro y Perez e Marcus Vinicius Gondomar de Oliveira, as informações sobre o comportamento de Cássia foram dadas pelas percussionistas enquanto a cantora era atendida.
"Elas disseram que Cássia teria ingerido bebida alcoólica desde a véspera e achavam que ela tinha inalado cocaína", disse o delegado Antônio Carlos Calazans, sobre os depoimentos de Perez e Oliveira, prestados na 10ª DP entre a noite de domingo e a madrugada de ontem.
De acordo com o delegado, os médicos contaram que Cássia chegou à clínica bastante agitada e desorientada. Eles também relataram que ela não quis ser medicada, tentou deixar a clínica e teve de ser buscada do lado de fora pelo médico Marcelo Heringer.
Os médicos Mário e Gedalias Heringer, diretores da Santa Maria, e três funcionários da clínica também prestaram depoimentos.
Mário Heringer disse que ficou o tempo todo com parentes da cantora. "Eles comentaram que ela já usara cocaína, mas havia parado", afirmou o médico.

Exames
O IML solicitou o prontuário hospitalar de Cássia, com as informações sobre o estado em que chegou à clínica e os medicamentos que tomou. Os dados do prontuário vão ajudar os peritos a, na análise toxicológica, diferenciar o que era medicamento e o que teria sido ingerido pela cantora antes da internação.
Segundo a Polícia Civil, os medicamentos dados à cantora não vão interferir no resultado final do laudo toxicológico.



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