São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2011 |
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CRÍTICA FICÇÃO CIENTÍFICA "A Queda" condensa a ficção de gênero da geração Facebook ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA Vampiros estão na moda, como prova a série "Crepúsculo". Zumbis também estão por cima e têm aparecido com frequência em filmes, livros e séries de TV. Com a chegada do temido ano de 2012, estão em polvorosa os que acreditam em cenários apocalípticos. E os místicos, esses nunca saíram de cena. Agora, imagine um livro que junte tudo isso: vampiros, zumbis, previsões apocalípticas, teorias conspiratórias, textos mágicos e vírus mortais que ameaçam a vida na Terra. Eis "A Queda". Este é o segundo volume da chamada "Trilogia da Escuridão", do cineasta Guillermo del Toro ( de "O Labirinto do Fauno") e de Chuck Hogan, autor de policiais admirado por Stephen King. O livro apela ao leitor jovem e é uma espécie de manual de todos os temas e cenários mais comuns da ficção de gênero moderna. Uma espécie de Bíblia do medo para a geração Facebook. A história é incrivelmente confusa. Para resumir: aviões pousam em aeroportos do mundo inteiro, com todos os passageiros mortos. Ou melhor: tornaram-se vampiros. Um epidemiologista percebe que um vírus misterioso está tornando as pessoas vampiras e ameaça se espalhar pelo mundo. E parte então para acabar com O Mestre, uma figura enigmática, líder dos mortos-vivos. A história envolve ainda um caçador de vampiros, um livro misterioso que contém os segredos dos vampiros, um morto-vivo que chefiou um campo de concentração nazista e um bilionário que se une aos chupadores de sangue para ganhar a vida eterna. Ufa. Essa profusão de personagens e tramas cria momentos involuntariamente cômicos. A história pula de um cenário absurdo para outro mais absurdo ainda. Na mesma página, um papo entre O Mestre, o nazista morto-vivo e o bilionário é sucedido por uma conversa entre astronautas em uma estação espacial. O livro tem um ritmo tão frenético que não dá espaço para qualquer tipo de elaboração de personagens. Toda página tem uma luta ou esconde algum segredo que ajuda a desvendar algum mistério. Mesmo com todos os defeitos, acaba funcionando. A QUEDA AUTOR Guillermo del Toro e Chuck Hogan EDITORA Rocco TRADUÇÃO Sergio Moraes Rego ° e Paulo Reis QUANTO R$ 35 (352 págs.) AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Crítica/Aventura: Gulliver traz sátira implacável à civilização Próximo Texto: Crítica/Quadrinhos: Humor é arma contra preconceito em gibi autobiográfico de Will Eisner Índice | Comunicar Erros |
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