São Paulo, sexta-feira, 08 de fevereiro de 2002 |
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Depende de você
CLAUDIA ASSEF DA REPORTAGEM LOCAL Se tudo correr como o previsto, vem aí uma versão "reality show" de "Você Decide". Não, não estamos falando de TV. É que, nos próximos meses, segundo promete o festival Kaiser Music, você vai poder votar pela internet nos shows aos quais vai querer assistir. De acordo com os figurões da cervejaria, você vai entrar na rede para decidir, por exemplo, se quer ver Radiohead, U2, Lenny Kravitz ou Pearl Jam. Ou se prefere Limp Bizkit, Aerosmith, Oasis ou Stone Temple Pilots. Parece truque? Eles juram que não. Para levar o projeto adiante, a cervejaria se uniu à Clear Channel Entertainment, maior empresa da área de entretenimento do mundo, que acaba de abrir um escritório no Brasil. A parceria Clear Channel e Kaiser rendeu o primeiro fruto: as apresentações do ex-Pink Floyd Roger Waters. A turnê "In the Flesh" tem três datas marcadas no país -Rio de Janeiro (9/3), Porto Alegre (12/3) e São Paulo (14/3). Os ingressos já estão à venda. Conhecida até 2001 como SFX, a Clear Channel negociou no ano passado turnês de gente como Madonna, U2, Oasis, Janet Jackson, Moby, Aerosmith... Com a Kaiser, a Clear Channel promete 20 shows de pop rock -no esquema "Você Decide"- e seis festas de música eletrônica em 2002. Dos 16 nomes da lista de artistas "pré-agendados", somente oito vão tocar no país. A empresa entra no Brasil para competir com a CIE (Companhia Interamericana de Entretenimento), que trouxe Eric Clapton no ano passado. Mesmo com a entrada da concorrente americana, a CIE estima um crescimento de 15% para 2002. "Vejo a entrada da concorrência por dois aspectos: o positivo, em que todos ganham com o maior número de shows, e o negativo, que ocorre quando se paga por uma atração muito mais do que seu valor de mercado, com a intenção de prejudicar os concorrentes", diz o diretor de shows da CIE, José Muniz Neto. Além da CIE, algumas casas de shows e empresários complementam o cardápio de artistas -até hoje magrinho- que passam pelo país. A Via Funchal, que havia anunciado a vinda de Lenny Kravitz e Pearl Jam antes da chegada do Kaiser Music, diz que continua na parada. "A casa tem a firme intenção de trazer os artistas citados. Estamos em negociações com a Clear Channel há alguns meses. Os shows que não se realizarem em estádios serão apresentados por nós", diz Jorge Maluf, da Via Funchal. Apesar do mau momento, a Clear Channel entra cheia de ambições no Brasil. "Vamos fazer o Brasil entrar na rota das superturnês", afirma o norte-americano Leandro Stillitano, 43, presidente da Clear Channel Entertainment do Brasil. Veja, a seguir, o que ele tem a dizer sobre... O MERCADO DE SHOWS NO PAÍS -
"Achamos que o Brasil é um país
estratégico dentro da América Latina. Tenho observado o mercado
e visto que há iniciativas louváveis, gente como Roberto Medina,
a própria CIE... O entretenimento
é fundamental para o brasileiro.
Veja o Carnaval, por exemplo, só
existe aqui. Vemos o Brasil como
algo fundamental para a nossa estratégia mundial." ESQUEMA "VOCÊ DECIDE" -
"Nunca fizemos isso antes, mas
acho que a Kaiser é uma empresa
muito responsável. E é uma maneira de envolver o público no
evento, uma vez que o brasileiro
gosta de participar." POR QUE NÃO HÁ MAIS SHOWS -
"É preciso desenvolver uma estratégia para o Brasil junto com a
América Latina. Você não pode
pensar em trazer um megashow
só para o país, tem que incluir outras paradas no caminho. O Brasil
vai entrar na rota mundial de
shows. Acho que a coisa tem sido
feita de forma bastante profissional. O "business" aqui tem sido tocado de forma corajosa. Não é
uma época fácil para entrar na
América Latina, com a Argentina
com problemas e tudo. Mas estamos confiantes." |
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