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TV ABERTA
Spike Lee vê a questão racial com originalidade
Uma Diretora Quase Perfeita
SBT, 14h15.
(Mrs. Headmistress). EUA, 98. Direção:
James Frawley. Com Harland Williams,
Shawna Waldron. Malandro que acaba
de sair da cadeia, vira um travesti e toma
o lugar da diretora de um internato.
A Peste Negra
Record, 22h30.
(Black Death). EUA, 92, 91 min. Direção:
Sheldon Larry. Com Kate Jackson,
Howard Hesseman. Filme para TV que
trata de uma batalha de médicos para
impedir que uma epidemia de peste
bubônica tome conta de Nova York.
Sleepers - A Vingança Adormecida
SBT, 23h45.
(Sleepers). EUA, 96, 147 min. Direção:
Barry Levinson. Com Robert De Niro,
Brad Pitt. Os abusos em instituições
penitenciárias são o centro deste drama
criminal envolvendo jovens condenados
a penas maiores que seus crimes e
submetidos à tratamento de choque na
prisão. Atores ilustres em filme à moda
de Levinson: faz que vai, mas não vai.
Em Qualquer Outro Lugar
Globo, 23h35.
(Anywhere But Here). EUA, 99, 114 min.
Direção: Wayne Wang. Com Susan
Sarandon, Natalie Portman. Baseado no
best-seller de Mona Simpson, esta
comédia dramática traz a história de mãe
e filha que saem do interior para morar
em um bairro sofisticado de Los Angeles.
Sobrevivendo na Montanha
SBT, 2h45.
(Survival on the Mountain). EUA, 97, 120
min. Direção: John Patterson. Com
Dennis Boutsikaris, Ivan Tracey. Casal de
americanos no Nepal comemora
aniversário escalando o Himalaia. No
entanto, dificuldades inesperadas
surgirão.
A Lenda do Demônio
Bandeirantes, 2h.
(Urotsukidoji). Japão, 94, 105 min.
Direção: Hideki Takayama. Desenho
animado inspirado em HQ japonesa,
tendo por centro as atividades do
demônio Chojin, que a cada 3.000 anos
desperta com a missão de destruir o
mundo para depois reconstruí-lo
segundo padrões bem peculiares.
O Assalariado
Globo, 3h40.
(The Hireling). Inglaterra, 73, 95 min.
Direção: Alan Bridges. Com Robert Shaw,
Sarah Miles. Após receber alta de um
clínica psiquiátrica, mulher contrata um
ex-sargento para trabalhar como
motorista particular. Aos poucos, a
amizade entre os dois irá crescer.
Irmãos de Sangue
SBT, 4h30.
(Clockers). EUA, 95, 128 min. Direção:
Spike Lee. Com Harvey Keitel, John
Turturro. Os problemas da criminalidade
na comunidade negra, a partir dos
problemas de um "clocker" (o posto mais
baixo na hierarquia do submundo, setor
drogas). A questão racial tomada a peito,
como sempre em Spike Lee, e vista com
força e originalidade.
(IA)
TV PAGA
A tragédia de Vatel continua no cinema
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Vatel foi uma espécie de
Bocusse do seu tempo, um
parâmetro culinário. Mas seu
tempo foi o século 17, o de Luís 14,
um rei que submeteu os nobres
da França mais pelos hábitos cortesãos do que pela força.
Foi também o tempo de filósofos como Pascal e Descartes, da
imensa querela entre jesuítas e
jansenistas. Ou ainda o momento
em que o teatro produziu Racine,
o trágico, e Molière, o cômico.
Nunca ouvi falar de um restaurante que se chamasse Vatel e isso
se deve, muito provavelmente, a
seu fim trágico. Na literatura, sua
passagem pelo mundo foi fixada
por Mme. de Stäel, em uma carta
fabulosa, em que trata, precisamente, desse fim.
Por tudo isso, e até porque a
gastronomia é hoje em dia uma
matéria tão na moda quanto a
moda, podia-se esperar que Vatel
tivesse um destino cinematográfico mais feliz do que o seu destino
pessoal e acabasse em outras
mãos que não as de Roland Joffé,
como pode ser visto em "Vatel -
Um Banquete para o Rei" (hoje,
Telecine Premium, 21h30).
Ele faz mais ou menos o que se
espera dele: cuida dos frufrus, recheia a vida amorosa de Vatel (a
convenção exige), adorna os salões, mas passa perfeitamente ao
largo do que foram o personagem, o rei, as relações cortesãs etc.
da época. Passa, em suma, ao largo da época e faz um perfeito
exemplar de "cinema de arte".
Por que ver um filme assim, então? Porque é imensamente instrutivo. Aprendemos como não
deve ser feito em um filme de época (e não é só Joffé que faz assim: é
quase todo mundo).
E, em decorrência, aprendemos
a valorizar algo como, digamos,
"A Marquesa d'O", de Eric Rohmer, em que a mais estapafúrdia
peruca, a mais exótica vestimenta
parece ter um motivo preciso para estar ali e, mais, não soam nem
estapafúrdias e nem exóticas. É
como se entrássemos na época
descrita.
Já para saber sobre Vatel mais
vale uma visita às cartas de Mme.
de Stäel, aliás um portento literário esquecido.
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