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São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

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TV ABERTA

Spike Lee vê a questão racial com originalidade

Uma Diretora Quase Perfeita
SBT, 14h15.
  
(Mrs. Headmistress). EUA, 98. Direção: James Frawley. Com Harland Williams, Shawna Waldron. Malandro que acaba de sair da cadeia, vira um travesti e toma o lugar da diretora de um internato.

A Peste Negra
Record, 22h30.   
(Black Death). EUA, 92, 91 min. Direção: Sheldon Larry. Com Kate Jackson, Howard Hesseman. Filme para TV que trata de uma batalha de médicos para impedir que uma epidemia de peste bubônica tome conta de Nova York.

Sleepers - A Vingança Adormecida
SBT, 23h45.   
(Sleepers). EUA, 96, 147 min. Direção: Barry Levinson. Com Robert De Niro, Brad Pitt. Os abusos em instituições penitenciárias são o centro deste drama criminal envolvendo jovens condenados a penas maiores que seus crimes e submetidos à tratamento de choque na prisão. Atores ilustres em filme à moda de Levinson: faz que vai, mas não vai.

Em Qualquer Outro Lugar
Globo, 23h35.
  
(Anywhere But Here). EUA, 99, 114 min. Direção: Wayne Wang. Com Susan Sarandon, Natalie Portman. Baseado no best-seller de Mona Simpson, esta comédia dramática traz a história de mãe e filha que saem do interior para morar em um bairro sofisticado de Los Angeles.

Sobrevivendo na Montanha
SBT, 2h45.
 
(Survival on the Mountain). EUA, 97, 120 min. Direção: John Patterson. Com Dennis Boutsikaris, Ivan Tracey. Casal de americanos no Nepal comemora aniversário escalando o Himalaia. No entanto, dificuldades inesperadas surgirão.

A Lenda do Demônio
Bandeirantes, 2h.
  
(Urotsukidoji). Japão, 94, 105 min. Direção: Hideki Takayama. Desenho animado inspirado em HQ japonesa, tendo por centro as atividades do demônio Chojin, que a cada 3.000 anos desperta com a missão de destruir o mundo para depois reconstruí-lo segundo padrões bem peculiares.

O Assalariado
Globo, 3h40.
 
(The Hireling). Inglaterra, 73, 95 min. Direção: Alan Bridges. Com Robert Shaw, Sarah Miles. Após receber alta de um clínica psiquiátrica, mulher contrata um ex-sargento para trabalhar como motorista particular. Aos poucos, a amizade entre os dois irá crescer.

Irmãos de Sangue SBT, 4h30.    
(Clockers). EUA, 95, 128 min. Direção: Spike Lee. Com Harvey Keitel, John Turturro. Os problemas da criminalidade na comunidade negra, a partir dos problemas de um "clocker" (o posto mais baixo na hierarquia do submundo, setor drogas). A questão racial tomada a peito, como sempre em Spike Lee, e vista com força e originalidade. (IA)


TV PAGA

A tragédia de Vatel continua no cinema

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Vatel foi uma espécie de Bocusse do seu tempo, um parâmetro culinário. Mas seu tempo foi o século 17, o de Luís 14, um rei que submeteu os nobres da França mais pelos hábitos cortesãos do que pela força.
Foi também o tempo de filósofos como Pascal e Descartes, da imensa querela entre jesuítas e jansenistas. Ou ainda o momento em que o teatro produziu Racine, o trágico, e Molière, o cômico.
Nunca ouvi falar de um restaurante que se chamasse Vatel e isso se deve, muito provavelmente, a seu fim trágico. Na literatura, sua passagem pelo mundo foi fixada por Mme. de Stäel, em uma carta fabulosa, em que trata, precisamente, desse fim.
Por tudo isso, e até porque a gastronomia é hoje em dia uma matéria tão na moda quanto a moda, podia-se esperar que Vatel tivesse um destino cinematográfico mais feliz do que o seu destino pessoal e acabasse em outras mãos que não as de Roland Joffé, como pode ser visto em "Vatel - Um Banquete para o Rei" (hoje, Telecine Premium, 21h30).
Ele faz mais ou menos o que se espera dele: cuida dos frufrus, recheia a vida amorosa de Vatel (a convenção exige), adorna os salões, mas passa perfeitamente ao largo do que foram o personagem, o rei, as relações cortesãs etc. da época. Passa, em suma, ao largo da época e faz um perfeito exemplar de "cinema de arte".
Por que ver um filme assim, então? Porque é imensamente instrutivo. Aprendemos como não deve ser feito em um filme de época (e não é só Joffé que faz assim: é quase todo mundo).
E, em decorrência, aprendemos a valorizar algo como, digamos, "A Marquesa d'O", de Eric Rohmer, em que a mais estapafúrdia peruca, a mais exótica vestimenta parece ter um motivo preciso para estar ali e, mais, não soam nem estapafúrdias e nem exóticas. É como se entrássemos na época descrita.
Já para saber sobre Vatel mais vale uma visita às cartas de Mme. de Stäel, aliás um portento literário esquecido.


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