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São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

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Encontro tentará resolver impasse

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE


De acordo com o Iphan, não há motivo para que seja feito alarde em Congonhas. Segundo o restaurador e conservador Antônio Fernando Santos, os danos nas imagens são mínimos e não foram causados por intemperismo ou fungos. "Estudos mostraram que muitos problemas já estavam nas pedras, quando foram retiradas das jazidas", diz. Para ele, os danos que a remoção causaria nas esculturas de Aleijadinho seriam "terríveis". "Você não pode simplesmente tirar uma obra que está sob o sol há 200 anos e colocá-la num museu com ar-condicionado."
Santos crê que os principais atingidos com a substituição seriam os fiéis, já que as obras são mais do que meras esculturas; são objetos de culto. O problema real, segundo ele, é o ataque de microorganismos, que poderia ser resolvido com produtos adequados.
Para o secretário de Estado da Cultura, Luiz Roberto Nascimento Silva, a presença de cópias no lugar dos profetas originais não causaria o impacto que prevê Santos. "Ninguém deixa de ir a Florença [Itália] e de se encantar com réplicas de Michelângelo por saber que as originais estão num museu."
Outro grupo contrário é a igreja, que se diz proprietária das obras e afirma não ter espaço nas discussões.
O impasse pode começar a ser resolvido em encontro que deve acontecer até março na cidade, com especialistas do país e representantes da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), que declarou as obras Patrimônio da Humanidade.


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