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Outros três brasileiros, entre eles "Antônia", serão exibidos no festival
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de "O Ano em que
Meus Pais Saíram de Férias",
mais três filmes brasileiros participam do Festival de Berlim,
em seções paralelas à competição principal -"Antônia", de
Tata Amaral, "Deserto Feliz",
de Paulo Caldas, e "A Casa de
Alice", de Chico Teixeira.
"Antônia", sobre a trajetória
de quatro jovens moradoras da
periferia de São Paulo que aspiram ao sucesso como cantoras
da banda homônima ao filme,
estréia amanhã, simultaneamente nos cinemas no Brasil e
na mostra alemã, onde abre o
módulo Generation 14 Plus, dedicado a atrair público jovem.
Amaral vai a Berlim disposta
a enfrentar uma platéia severa,
no debate pós-sessão. "É um
público ultra-exigente e arqui-intelectual, que aprecia o filme
menos pelo que sente durante a
sessão e mais pela maneira como o diretor o defende no debate depois", diz a cineasta.
A diretora formou essa idéia
do público de Berlim quando
apresentou no festival seu primeiro longa, "Um Céu de Estrelas" (1996). "Eu sei porque
foi assim e eu me saí muito
bem. Eles adoraram o filme."
Desta vez, além da diretora, a
platéia ouvirá as protagonistas
do longa numa versão à capela
de "Killing me Softly", que integra a trilha de "Antônia".
Os outros dois filmes brasileiros em Berlim estão abrigados na seção Panorama, que o
festival consagra a filmes "independentes e de arte".
"Deserto Feliz" é o terceiro
longa de Paulo Caldas ("Baile
Perfumado", "O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas"). "A Casa de Alice" é a
estréia na ficção do documentarista Chico Teixeira ("Carrego Comigo").
Caldas declara que "mais
uma vez", trata de "encontros
não-prováveis". Em "Deserto
Feliz", o diretor construiu
"uma história que aproxima as
duas culturas -brasileira e alemã-, que são tão distantes,
mas que têm, ao longo dos anos
algumas interseções, como a
colonização no Sul do país e,
mais recentemente, a presença
muito forte de alemães no sexo-turismo, particularmente
em Recife."
Estrelado pelo alemão Peter
Ketnath (o Johann de "Cinema, Aspirinas e Urubus") e pela
estreante brasileira Nash Laila,
"Deserto Feliz", tem co-produção alemã, cenas em Berlim e
tratamento especial do festival.
Entre os 50 longas do Panorama, é dos poucos a ter entrevista coletiva organizada pela
mostra.
Teixeira diz que trocou o documentário pela ficção porque
"queria falar sobre sentimentos". Especificamente, das gangorras sentimentais comuns
nas relações familiares.
O diretor fez da ficcional Alice, uma manicure madura, o pivô de uma família "meio disfuncional, mas igual à minha e à
de todo mundo", cuja história
ele quis contar "com delicadeza". "A Casa de Alice" deve estrear no país no início do segundo semestre, e "Deserto Feliz", no final do ano.
(SA)
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