São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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Outros três brasileiros, entre eles "Antônia", serão exibidos no festival

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", mais três filmes brasileiros participam do Festival de Berlim, em seções paralelas à competição principal -"Antônia", de Tata Amaral, "Deserto Feliz", de Paulo Caldas, e "A Casa de Alice", de Chico Teixeira.
"Antônia", sobre a trajetória de quatro jovens moradoras da periferia de São Paulo que aspiram ao sucesso como cantoras da banda homônima ao filme, estréia amanhã, simultaneamente nos cinemas no Brasil e na mostra alemã, onde abre o módulo Generation 14 Plus, dedicado a atrair público jovem.
Amaral vai a Berlim disposta a enfrentar uma platéia severa, no debate pós-sessão. "É um público ultra-exigente e arqui-intelectual, que aprecia o filme menos pelo que sente durante a sessão e mais pela maneira como o diretor o defende no debate depois", diz a cineasta.
A diretora formou essa idéia do público de Berlim quando apresentou no festival seu primeiro longa, "Um Céu de Estrelas" (1996). "Eu sei porque foi assim e eu me saí muito bem. Eles adoraram o filme."
Desta vez, além da diretora, a platéia ouvirá as protagonistas do longa numa versão à capela de "Killing me Softly", que integra a trilha de "Antônia".
Os outros dois filmes brasileiros em Berlim estão abrigados na seção Panorama, que o festival consagra a filmes "independentes e de arte".
"Deserto Feliz" é o terceiro longa de Paulo Caldas ("Baile Perfumado", "O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas"). "A Casa de Alice" é a estréia na ficção do documentarista Chico Teixeira ("Carrego Comigo").
Caldas declara que "mais uma vez", trata de "encontros não-prováveis". Em "Deserto Feliz", o diretor construiu "uma história que aproxima as duas culturas -brasileira e alemã-, que são tão distantes, mas que têm, ao longo dos anos algumas interseções, como a colonização no Sul do país e, mais recentemente, a presença muito forte de alemães no sexo-turismo, particularmente em Recife."
Estrelado pelo alemão Peter Ketnath (o Johann de "Cinema, Aspirinas e Urubus") e pela estreante brasileira Nash Laila, "Deserto Feliz", tem co-produção alemã, cenas em Berlim e tratamento especial do festival. Entre os 50 longas do Panorama, é dos poucos a ter entrevista coletiva organizada pela mostra.
Teixeira diz que trocou o documentário pela ficção porque "queria falar sobre sentimentos". Especificamente, das gangorras sentimentais comuns nas relações familiares.
O diretor fez da ficcional Alice, uma manicure madura, o pivô de uma família "meio disfuncional, mas igual à minha e à de todo mundo", cuja história ele quis contar "com delicadeza". "A Casa de Alice" deve estrear no país no início do segundo semestre, e "Deserto Feliz", no final do ano. (SA)


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