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Política, futebol e recessão agitam NY
Os primeiros dias da temporada inverno-2008 de Nova
York, que começou na última
sexta-feira, foram embalados
por dois eventos bombásticos.
Primeiro, o Super Bowl, final
do campeonato de futebol americano, ocorrida no domingo.
Depois, a Superterça, etapa
crucial das prévias para a disputa da Presidência do país.
Diante dos dois acontecimentos, a moda toma lugar
bem secundário para os americanos. Mas ela acabou conseguindo colocar seus saltos altos
em um e outro território.
Às vésperas do Super Bowl, a
curiosidade dos fashionistas e
até das TVs era sobre como Gisele Bündchen iria se vestir para acompanhar a partida decisiva de seu namorado Tom
Brady, cujo time, o New England Patriots, acabou derrotado pelo New York Giants.
Quanto à política, o debate
foi desencadeado por Anna
Wintour, da "Vogue" americana, depois que Hillary Clinton
se recusou a posar para a revista deste mês, por receio de parecer muito feminina.
A influente Wintour, em seu
provocador editorial, refuta a
idéia de que as mulheres, para
se sentirem poderosas, precisam parecer masculinas. E sugere vários looks para Hillary,
criados por Oscar de la Renta,
Carolina Herrera e outros.
Nos EUA, a roupa é, antes de
mais nada, uma questão de praticidade e de poder. Daí o forte
viés comercial das marcas, ainda mais em face de uma possível recessão econômica -o que
deixa as empresas temerosas a
respeito de estilistas ousados.
São raras as grifes nos EUA
que conseguem trilhar novos
caminhos. É o caso de Narciso
Rodriguez, que conciliou as expectativas comerciais com um
belo trabalho de pesquisa arquitetônica e grafismos.
O mesmo ocorreu com a grife
Proenza Schouler, que se inspirou no artista Donald Judd para fazer uma coleção baseada
em dobraduras, desfolhamentos e superposição de tecidos.
Um dos desfiles mais aguardados da temporada foi o da
Halston, grife importante dos
anos 70, agora ressuscitada.
O show aconteceu na galeria
de arte Gagosian para uma platéia elegantíssima, ansiosa para
ver a reaparição de um estilo
que embalou a Nova York chique da época do Studio 54. A
charmosa coleção respondeu
bem à nostalgia, mas ainda precisa encontrar seu lugar dentro
do estilo contemporâneo.
A semana ainda mostrou a linha Diesel Black Gold, em que a
marca de jeanswear caprichou
na nova investida na moda.
com VIVIAN WHITEMAN
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