São Paulo, sexta-feira, 08 de fevereiro de 2008

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Política, futebol e recessão agitam NY

Os primeiros dias da temporada inverno-2008 de Nova York, que começou na última sexta-feira, foram embalados por dois eventos bombásticos. Primeiro, o Super Bowl, final do campeonato de futebol americano, ocorrida no domingo. Depois, a Superterça, etapa crucial das prévias para a disputa da Presidência do país.
Diante dos dois acontecimentos, a moda toma lugar bem secundário para os americanos. Mas ela acabou conseguindo colocar seus saltos altos em um e outro território.
Às vésperas do Super Bowl, a curiosidade dos fashionistas e até das TVs era sobre como Gisele Bündchen iria se vestir para acompanhar a partida decisiva de seu namorado Tom Brady, cujo time, o New England Patriots, acabou derrotado pelo New York Giants.
Quanto à política, o debate foi desencadeado por Anna Wintour, da "Vogue" americana, depois que Hillary Clinton se recusou a posar para a revista deste mês, por receio de parecer muito feminina.
A influente Wintour, em seu provocador editorial, refuta a idéia de que as mulheres, para se sentirem poderosas, precisam parecer masculinas. E sugere vários looks para Hillary, criados por Oscar de la Renta, Carolina Herrera e outros.
Nos EUA, a roupa é, antes de mais nada, uma questão de praticidade e de poder. Daí o forte viés comercial das marcas, ainda mais em face de uma possível recessão econômica -o que deixa as empresas temerosas a respeito de estilistas ousados.
São raras as grifes nos EUA que conseguem trilhar novos caminhos. É o caso de Narciso Rodriguez, que conciliou as expectativas comerciais com um belo trabalho de pesquisa arquitetônica e grafismos.
O mesmo ocorreu com a grife Proenza Schouler, que se inspirou no artista Donald Judd para fazer uma coleção baseada em dobraduras, desfolhamentos e superposição de tecidos.
Um dos desfiles mais aguardados da temporada foi o da Halston, grife importante dos anos 70, agora ressuscitada.
O show aconteceu na galeria de arte Gagosian para uma platéia elegantíssima, ansiosa para ver a reaparição de um estilo que embalou a Nova York chique da época do Studio 54. A charmosa coleção respondeu bem à nostalgia, mas ainda precisa encontrar seu lugar dentro do estilo contemporâneo.
A semana ainda mostrou a linha Diesel Black Gold, em que a marca de jeanswear caprichou na nova investida na moda.


com VIVIAN WHITEMAN

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