São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2011

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LCD Soundsystem faz shows no Brasil e prepara funeral

Após ter seu fim decretado em 2010 pelo líder James Murphy, a banda toca em São Paulo, Rio e Porto Alegre

Grupo, considerado um dos mais influentes dos anos 2000, diz que fazer turnê cansa e quer mais tempo para projetos

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

"Se alguma coisa puder dar errado, dará", diz a lei de Murphy. A exceção que confirma a regra é homônima à lei: James Murphy, do grupo LCD Soundsystem.
Eles estão entre os mais influentes na música feita na última década, junto à gravadora DFA, fundada por Murphy há dez anos e que mudou a noite de Nova York.
Antes que algo desse errado -como prevê a lei-, o músico decretou no ano passado o fim, alegando que cumpriu o seu dever.
"Eu sinto que é uma boa hora de parar. Ficaria realizado se fossemos maiores, mas o preço em tempo é muito alto", disse Murphy à revista "Clash" em dezembro.
Entre bocejos, às 8h da manhã (horário local da Austrália, onde faziam shows), a tecladista Nancy Whang falou à Folha sobre o fim.
"Foi uma decisão do James. É muito triste, mas turnês são cansativas e tomam muito tempo. Sempre falamos: "Não seria ótimo se fizéssemos isso ou aquilo?'"
Em sua terceira vez no país, a banda passa por São Paulo (18/2), Rio (17/2) e Porto Alegre (20/2). O último show será em 2 de abril em Nova York, terá três horas e foi descrito como um "funeral". Em SP, serão duas horas e 15 minutos.
"Acabou. Eu e Pat [Mahoney] seguimos discotecando. O resto, não sei", diz Whang.

INFLUÊNCIA
Nos anos 1990, quando o prefeito de Nova York Rudolph Giuliani "limpou" as ruas, sumiram clubes que movimentavam a cultura.
Em 2001, a DFA mudou tudo com o dance-punk e passou a ser a gravadora mais influente dos anos 2000.
A banda !!! (lê-se "chk chk chk") provocava em "Me and Giuliani Down by the School Yard", de 2003: "Eu queria saber se Giuli sabe dançar".
Em 2007, Murphy exaltou a volta da dance music em "All My Friends". "Se o sol raiar e eu ainda não quiser ir pra casa, será a memória dos nossos melhores [amigos]."
A banda pode acabar, sem lei de Murphy, mas esse outro Murphy tem certeza de que conseguiu mudar a música à sua maneira.


Texto Anterior: FOLHA.com
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