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TELEVISÃO
José Bonifácio Sobrinho passa a ocupar uma vice-presidência; mudanças acontecem também na TVA
Boni deixa comando de operações da Globo
ELVIRA LOBATO
da Sucursal do Rio
Mudanças na cúpula da Rede
Globo e da TVA (empresa que centraliza os negócios de TV paga do
grupo Abril) estão agitando o mercado de televisão.
José Bonifácio Sobrinho, o Boni,
deixa o cargo no comando das
operações da TV Globo para assumir uma vice-presidência (ainda
sem nome) na mesma empresa.
Roberto Irineu Marinho, vice-presidente executivo da Rede
Globo, nega que Boni esteja perdendo poder.
``Ele deixa a operação e fica livre
para cuidar da estratégia da televisão. Não é uma função menor. Pelo contrário. Queremos mais do
Boni'', diz Marinho.
Segundo Roberto Irineu Marinho, Boni continua sendo o responsável pela grade de programação, aprovação de programas e novelas, controle de qualidade, contratação de autores, diretores e
atores e consultoria para novos negócios.
Apesar das declarações dadas
por Roberto Irineu Marinho, a
avaliação dentro da emissora é a de
que Boni foi transformado em um
consultor de luxo, ao passo que
Marluce Dias, superintendente-executiva, estaria cada vez mais forte. A partir de agora, ela passa a comandar também os destinos da
Globosat.
Boatos
O diretor-geral da Globosat, Alberto Pecegueiro, que respondia
diretamente ao conselho da Globopar (Globo Participações), ou
seja, aos Marinho, passou a se reportar a Marluce Dias.
Com a mudança, circularam
boatos de que Pecegueiro estaria
deixando a empresa, o que ele negou, em entrevista à Folha.
Segundo Roberto Irineu Marinho, a Globosat (programadora de
canais pagos) nasceu fora da Rede
Globo, mas sob o controle de Boni.
``Como todo o acervo de vídeo
do grupo está na Rede Globo, a
junção das duas empresas faz todo
o sentido. Nossa estratégia é juntar
as empresas por áreas de negócios'', diz ele.
Marinho diz que, entre os novos
produtos em estudo na Globo, está
o lançamento de um canal para TV
paga com acervo do cinema nacional, outro só com acervo de programação da Globo e o ingresso do
grupo na indústria do cinema.
TVA
Enquanto a Globo desmentia
boatos sobre demissão e enfraquecimento de executivos, a TVA, do
grupo Abril, confirmou o afastamento de seu diretor de programação, Marcos Amazonas, depois
de três anos no cargo.
Amazonas limitou-se a dizer que
estava insatisfeito no cargo e que
apresentou seu primeiro pedido
de demissão em agosto do ano
passado.
Ele disse que vai abrir uma empresa de consultoria e que dará assessoria à própria Abril.
Mais mudanças
A vice-presidente de assuntos
corporativos da Abril, Fátima Ali,
confirmou também que a TVA terá um novo diretor-superintendente, cujo nome será anunciado,
provavelmente, na semana que
vem.
Desde o início do ano passado,
quando Walter Longo deixou a
TVA, o cargo vinha sendo ocupado por Cláudio Dascal, que acumulava também a função de vice-presidente da Abril.
Segundo Fátima Ali, a acumulação dos cargos era uma solução
transitória.
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