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Em NY ou Salvador, artista transita entre violência e beleza
DA REPORTAGEM LOCAL
Cai Guo-Qiang tem sido responsável por obras espetaculares
na cena contemporânea com o
uso de fogos de artifício. Uma de
suas mais recentes performances
foi "Transient Rainbow" (arco-íris transitório), na inauguração
da sede provisória do Museu de
Arte Moderna de Nova York
(MoMA), no Queens, em 2002.
Durante 15 segundos, o artista
explodiu 15 mil bombas no céu da
cidade onde vive desde 1995, após
dez anos no Japão. "É como se eu
usasse o céu como uma tela negra
e estivesse pintando nela", conta.
Sua matéria prima é, na maioria
dos casos, a pólvora, inventada na
China justamente para o uso de
fogos de artifício, mas ele também
usa bambu, papel, outros elementos de sua cultura natal.
"Tudo que faço pode ser identificado como chinês, mas eu diria
que é estranhamente chinês, pois
há elementos novos, como no trabalho que apresentei na Bienal de
SP, em 1996, quando construí,
com lanternas, um domo, que é
uma típica edificação ocidental."
Entretanto, nem todas as suas
obras possuem um caráter espetacular. Em 1999, Guo-Qiang participou de uma iniciativa com o
Projeto Axé, em Salvador, que
reuniu 18 artistas nacionais e estrangeiros. O artista conta sua experiência: "Trabalhei por seis semanas com adolescentes e propus
a eles que construíssem canhões.
Eram jovens que conviviam com
a violência e se recusavam a montar uma arma. Procurei mostrar
que é possível usar a violência para criar algo belo."
(FCY)
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