São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2004

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Em NY ou Salvador, artista transita entre violência e beleza

DA REPORTAGEM LOCAL

Cai Guo-Qiang tem sido responsável por obras espetaculares na cena contemporânea com o uso de fogos de artifício. Uma de suas mais recentes performances foi "Transient Rainbow" (arco-íris transitório), na inauguração da sede provisória do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), no Queens, em 2002.
Durante 15 segundos, o artista explodiu 15 mil bombas no céu da cidade onde vive desde 1995, após dez anos no Japão. "É como se eu usasse o céu como uma tela negra e estivesse pintando nela", conta.
Sua matéria prima é, na maioria dos casos, a pólvora, inventada na China justamente para o uso de fogos de artifício, mas ele também usa bambu, papel, outros elementos de sua cultura natal.
"Tudo que faço pode ser identificado como chinês, mas eu diria que é estranhamente chinês, pois há elementos novos, como no trabalho que apresentei na Bienal de SP, em 1996, quando construí, com lanternas, um domo, que é uma típica edificação ocidental."
Entretanto, nem todas as suas obras possuem um caráter espetacular. Em 1999, Guo-Qiang participou de uma iniciativa com o Projeto Axé, em Salvador, que reuniu 18 artistas nacionais e estrangeiros. O artista conta sua experiência: "Trabalhei por seis semanas com adolescentes e propus a eles que construíssem canhões. Eram jovens que conviviam com a violência e se recusavam a montar uma arma. Procurei mostrar que é possível usar a violência para criar algo belo." (FCY)


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