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Revolução é tema da Coleção Folha
Sétimo volume da série sobre grandes fotógrafos reúne imagens de Capa e Korda
A Guerra Civil Espanhola e a Primavera de Praga são retratadas nesta publicação, que chegará às bancas
no próximo domingo
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o olhar penetrante de
Che Guevara imortalizado pelo
fotógrafo cubano Alberto Korda na capa, "Revoluções", o sétimo volume da Coleção Folha
Grandes Fotógrafos, chega às
bancas no próximo domingo.
A Guerra Civil Espanhola, a
invasão da China pelo Japão e a
ascensão do comunismo sob o
comando de Mao Tse-tung, a
chegada de Fidel Castro ao poder em Cuba, a Primavera de
Praga e as manifestações estudantis de 1968 em Paris são os
eventos abordados nas 20 fotografias em preto-e-branco de
"Revoluções". As imagens são
de cinco expoentes da fotografia mundial em coberturas de
conflitos: Robert Capa, Henri
Cartier-Bresson, Josef Koudelka e Burt Glinn, além de Korda.
A imagem de Che Guevara na
capa, considerada a fotografia
mais vezes reproduzida no
mundo, surge editada sem os
cortes laterais, como ficou conhecida. Naquele dia de 1960,
Che participava do funeral da
tripulação do cargueiro La
Coubre, que transportava armas para Cuba e sofreu atentado das forças anticastristas. Ao
realizar exposição em São Paulo, em 1997, Alberto Korda
(1928-2001) dizia que sua foto
era não apenas a mais publicada no mundo, mas também a
mais roubada, pois nunca havia
recebido direitos sobre as incontáveis reproduções. De sua
mochila ele sacava cópias que
eram vendidas a U$ 100 e assinada à vista dos compradores.
Seguindo a ordem cronológica das revoluções do século 20,
o livro abre com imagens de Capa na Guerra Civil Espanhola.
Chama atenção o retrato de um
garoto com cerca de dez anos
de idade, armado, vestindo
quepe com o escrito "Uni-vos,
Irmãos Proletários". A inocente expressão infantil cria forte
contraste com o armamento.
Capa cobriu cinco grandes
conflitos durante sua (curta)
vida, antes de terminar a carreira ao pisar numa mina na
Guerra da Indochina, em 1954.
Após a Espanha, ele seguiu para
a China, onde realizou uma cobertura memorável da qual se
destaca a imagem do Exército
feminino de cadetes. Peito estufado, olhar para o alto e movimentos idênticos, reforçados
pela composição geométrica de
Capa, simboliza a força e a determinação do povo para enfrentar os invasores japoneses.
Cartier-Bresson chegou à
China dez anos depois, no inverno de 1948-1949, "a tempo
de fotografar o histórico desmoronamento do governo do
Kuomintang em Pequim e
Xangai, enquanto a maré vermelha de Mao, o chamado
Grande Timoneiro, tomava o
poder", como descreve um texto do volume. Uma das fotos
históricas desse momento, publicada em "Revoluções", mostra um dos últimos momentos
do governo Kuomintang, que,
para tentar frear a entrada dos
revolucionários de Mao em Pequim, em 1948, recrutou 10 mil
pessoas, postadas diante do Palácio Imperial. O fotógrafo certo no local e hora exatos.
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