RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um documentário enxuto e preciso conta a história da maior invasão anfíbia da história, o desembarque na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) das forças aliadas na Normandia em 6 de junho de 1944, tendo como base o confronto dos dois comandantes, o marechal alemão Gerd von Rundstedt (1875-1953) e o general americano Dwight D. Eisenhower (1890-1969).
O programa conta resumidamente o currículo dos dois, o que foi a tarefa de invadir uma costa altamente fortificada, a dificuldade em tentar despistar o inimigo e o que aconteceu logo em seguida.
O programa é salutar porque mostra a diferença entre o que podem fazer um militar competente servindo a uma democracia e outro talvez até mais competente, mas que servia a uma ditadura totalitária.
Von Rundstedt era uma lenda viva no Exército alemão. Aposentou-se em 1938, foi chamado de volta às fileiras pelo ditador Adolf Hitler e fez proezas militares até discordar das erradas estratégias do seu chefe.
O austríaco, que fora cabo no Exército alemão durante a Primeira Guerra (1914-1918), achava que sabia mais que seus generais, e seus erros crassos comprometeram a resposta alemã ao ataque dos aliados.
Eisenhower mal tinha experiência de combate quando se tornou comandante supremo das Forças americanas, britânicas e canadenses que desembarcaram na França. Mas era um diplomata nato e se tornou presidente dos EUA por dois mandatos no pós-guerra.
O documentário poderia ter explorado mais o debate estratégico entre Rundstedt e seu subordinado, o brilhante marechal Erwin Rommel. As decisões erradas de Hitler impediram que os dois fossem bem-sucedidos.
Felizmente há poucos erros de tradução, como o de chamar de "divisões aéreas" as "divisões aerotransportadas".