São Paulo, terça, 8 de abril de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DANÇA
Bailarino e coreógrafo francês estréia esta noite, no Teatro Municipal, sua turnê por quatro cidades do Brasil
Béjart inicia hoje temporada paulistana

ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha

O Béjart Ballet Lausanne, dirigido pelo coreógrafo francês Maurice Béjart, inicia hoje, no Teatro Municipal de São Paulo, sua turnê brasileira de 1997, que prossegue em Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Em temporadas anteriores no Brasil, Béjart mostrou diferentes fases de sua carreira, cujo marco inicial ocorreu quando o coreógrafo estreou ``Sagração da Primavera'', em 1959.
Considerada uma obra-prima, esta coreografia rendeu ao coreógrafo um contrato no Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas.
O reinado em Bruxelas terminou em 1987, quando Béjart recebeu o convite para sediar seu grupo na cidade suíça de Lausanne.
Agora, aos 70 anos, ele chega ao Brasil com elenco renovado. Depois de uma crise que culminou com a morte em 92 do bailarino Jorge Donn, estrela da companhia durante quase 30 anos, seguida da dissolução temporária do grupo, Béjart retoma seu antigo status.
Nas apresentações em São Paulo, o Béjart Ballet Lausanne interpreta dois programas diferentes. O primeiro (hoje e amanhã) inclui ``O Mandarim Maravilhoso'' (1987), ``Mallarmé III'' (1974) e ``Barroco Bel Canto'', uma novidade que o coreógrafo resolveu mostrar em primeira mão no Brasil.
Segundo Béjart, o primeiro programa foi formado em torno da letra B, que tem significado especial para o coreógrafo. ``B remete a Balanchine, um gênio da dança, a meu amigo Pierre Boulez, que fez a música de `Mallarmé III' e ao compositor de `O Mandarim Maravilhoso', Béla Bartók.''
O segundo programa mostrará na quinta, sábado e domingo o espetáculo que o Béjart Ballet Lausanne estreou em janeiro em Paris: ``Le Presbitre N'a Rien Perdu de Son Charme, ni le Jardin de Son Éclat'' (``O Presbitério Não Perdeu Seu charme nem o Jardim Seu Esplendor'').
Este enorme título foi escolhido por Béjart porque sugere uma poesia surreal. Sem qualquer relação com o tema do espetáculo, foi retirado de um romance de Gaston Leroux, mesmo autor de ``O Fantasma da Ópera''.
Na verdade, ``Le Presbitre...'' é uma homenagem a Jorge Donn e ao cantor pop Freddie Mercury, do grupo Queen. Ambos morreram de Aids aos 45 anos e, no espetáculo, simbolizam as pessoas que morrem jovens.

Espetáculo: Béjart Ballet Lausanne Quando: hoje, amanhã, quinta e sábado, às 21h; domingo, às 17h Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça Ramos de Azevedo, s/nş, tel. 222-8698)
Quanto: de R$ 20 (setor 5) a R$ 120,00 (setor 1) Onde comprar: Cia. dos Ingressos (tel. 30-68-01-64) e Gálatas Ingressos (tel. 228-2244)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1997 Empresa Folha da Manhã