DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA ORLEANS

Já não se vêem tantos sorrisos e tanta festa nas ruas de Nova Orleans, tão freqüentes antes da inundação deflagrada pelo furacão Katrina, em 2005. Ainda há muitas casas abandonadas e alguns clubes, lojas e restaurantes desativados, mas eventos como o Jazz & Heritage Festival contribuem para a reconstrução da cidade.
"O Katrina deu a Nova Orleans a oportunidade de se tornar melhor do que era antes", disse o trompetista Terence Blanchard em mesa-redonda com personalidades da cultura local comandada por Mitch Landrieu, vice-governador do Estado da Louisiana, no sábado.
Entre os participantes do encontro, também estavam o baterista Jason Marsalis, o clarinetista e educador Michael White, a cantora Theresa Andersson, o produtor musical Mark Samuels, a artista plástica Angela King e a chef Haley Gabel.
Histórias comoventes, como a de White, que perdeu a casa e todo o seu arquivo musical reunido em décadas, foram acompanhadas por críticas à burocracia federal, que tem dificultado um atendimento mais rápido e efetivo às vitimas do Katrina.
"Artistas também precisam de emprego, de educação, de moradia. Temos que encontrar maneiras de conduzir o dinheiro de Washington para ajudar essas pessoas tão importantes para nossa economia", disse Landrieu.
"Quando fico sabendo o quanto o país gasta com a guerra no Iraque, penso que não seriam necessários muitos milhões de dólares para que a vida de muitos artistas de Nova Orleans pudesse voltar ao normal", disse Blanchard.
Segundo dados oficiais, cerca de dois terços dos músicos residentes no Estado da Louisiana já retornaram às suas cidades. Alguns resistem a voltar, mas a sueca Theresa Andersson contou que retornou a Nova Orleans logo que possível. "Já viajei muito, mas nunca conheci um lugar como este. A atmosfera da cidade é única, e não só por causa da música", disse a cantora. (CC)


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